quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

WANDINHA (EUA, 2022)

A lendária Família Addams é a expressão da cultura pop. Charles Adams, seu criador, fez uma crítica à família americana perfeita lá nos anos 30. Uma crônica às avessas: Sombras ao invés de luzes, reações cômicas ante o desespero, o bizarro como rotina.

É a vez de Wandinha (EUA, 2022 - direção de Tim Burton). Jenna Ortega é o epicentro da trama, um misto de sarcasmo e encanto, envolta a bons coadjuvantes. Uma menina sob a tensão das adaptações numa escola e a maturidade em construção.

Mas a razão deste é o desafio de lidar com os diferentes. Convivemos com tipos estranhos e, comumente, são alvos de nossos juízos de valores, rótulos, de preconceitos mais negados. O isolamento é lugar-comum. Atiramos pedras na presunção e arrogância que não temos pecados.

Redes sociais deram amplitude ao nosso narcisismo. Imagens mascaram, envernizam, escondem, nossas sombras. Sombra (Jung) é o lado da persona que tentamos controlar - raiva, ódio, inveja,... Não nos vestimos de pretos góticos todos os dias - até rimos, mas, agimos muitas vezes como Wandinha.

“O inferno são os outros”, dizia Sartre. Os outros que não creem como nós, não foram educados como nós, não votam, não torcem como nós,... Nós, da "sagrada família" - os superiores, melhores; os outros - os “frankensteins” - como Wandinha ou os Addams. By Geraldinho Farias

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