quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

NÃO APRENDI DIZER "ADEUS"

Luto é processo, não ato. É transição natural, própria de nossa existência, quando vivenciamos as ambivalências e ajustamentos sem alguém que perdemos ou até o que perdemos - porque também refere-se à rupturas - desemprego, divórcio, mudança etc.

Uma tristeza profunda, um vazio, ausência, ante uma mudança significativa. Jonh Bowby: É proporcional ao apego à pessoa perdida.

O luto pode ser:

ANTECIPADO Quando há doença crônica ou internações persistentes

ADIADO: Aguentou "firme"; mas sucumbiu depois

DEMORADO (ou Complicado): Quando numa perda abrupta, precoce e violenta (acidente, suicídio ou perda prematura de um filho), resulta desde uma depressão grave até mesmo ideação suicida.

Em “Sobre a Morte e o Morrer”, de 1969, a Dra. suiça Elizabeth Kubler-Ross (1926-2004) estudou pacientes terminais e vínculos afetivos e descreveu os "5 estágios da Agonia":

Negação - "Não pode ser. É mentira; houve engano!"

Raiva - “E se eu tivesse feito isso?”; "A culpa é do médico!"

Barganha - Negocia: “Prometo ser melhor se..."

Depressão - "Que tristeza insuportável"

Aceitação - O reconhecimento da realidade; reestruturar-se sem a pessoa perdida.

O processo é individual, não há estereótipos ou padrões - cada um tem sua forma de interpretar e elaborar a dor. Mas há quem reprima, gerando dano psicossomático.

A permanência do processo pode ser classificada como "Luto Patológico" - não há consenso em tipificá-lo: O adiamento e a negação são bloqueios ou postergações gerando uma dor sem fim, impedindo o enlutado a adaptar-se ao convívio ou rotina imerso numa constante desesperança, depressão grave, alucinações, e falta de consolo por período maior que 2 anos.

O luto demorado ou patológico implica ajuda profissional - psicólogo (terapia) + psiquiatra (medicamentos). Em qualquer crise a livre manifestação dos sentimentos e uma rede de apoio afetivo, são recursos decisivos na estabilidade e retomada.

Nunca sejamos os "fortes", "inoxidáveis" ou "blindados". Não há "super-homens" ou "mulheres-maravilhas": Usemos nossa rede de apoio e choremos nossas dores! By Geraldinho Farias

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