Luto é processo, não ato. É transição natural, própria de nossa existência, quando vivenciamos as ambivalências e ajustamentos sem alguém que perdemos ou até o que perdemos - porque também refere-se à rupturas - desemprego, divórcio, mudança etc.
Uma tristeza profunda, um vazio, ausência, ante uma mudança significativa. Jonh Bowby: É proporcional ao apego à pessoa perdida.
O luto pode ser:
ANTECIPADO Quando há doença crônica ou internações persistentes
ADIADO: Aguentou "firme"; mas sucumbiu depois
DEMORADO (ou Complicado): Quando numa perda abrupta, precoce e violenta
(acidente, suicídio ou perda prematura de um filho), resulta desde uma
depressão grave até mesmo ideação suicida.
Em “Sobre a Morte e o Morrer”, de 1969, a Dra. suiça Elizabeth
Kubler-Ross (1926-2004) estudou pacientes terminais e vínculos afetivos e
descreveu os "5 estágios da Agonia":
Negação - "Não pode ser. É mentira; houve engano!"
Raiva - “E se eu tivesse feito isso?”; "A culpa é do médico!"
Barganha - Negocia: “Prometo ser melhor se..."
Depressão - "Que tristeza insuportável"
Aceitação - O reconhecimento da realidade; reestruturar-se sem a pessoa
perdida.
O processo é individual, não há estereótipos ou padrões - cada um tem
sua forma de interpretar e elaborar a dor. Mas há quem reprima, gerando dano
psicossomático.
A permanência do processo pode ser classificada como "Luto
Patológico" - não há consenso em tipificá-lo: O adiamento e a negação são
bloqueios ou postergações gerando uma dor sem fim, impedindo o enlutado a
adaptar-se ao convívio ou rotina imerso numa constante desesperança, depressão
grave, alucinações, e falta de consolo por período maior que 2 anos.
O luto demorado ou patológico implica ajuda profissional - psicólogo
(terapia) + psiquiatra (medicamentos). Em qualquer crise a livre manifestação
dos sentimentos e uma rede de apoio afetivo, são recursos decisivos na
estabilidade e retomada.
Nunca sejamos os "fortes", "inoxidáveis" ou "blindados". Não há "super-homens" ou "mulheres-maravilhas": Usemos nossa rede de apoio e choremos nossas dores! By Geraldinho Farias
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