Não faltam retratos sobre o sofrimento a que Jesus de Nazaré foi submetido. Os físicos são replicados em crucifixos, gravuras e filmes. Os afetivos e psicológicos – não menos agressivos, os evangelhos mencionam: Zombarias, ironias, deboches, bullyng, atacam a moral, o caráter, sugam energias, põe em dúvida nossa capacidade de ser|pensar|fazer.
Depois da condenação pelo Sinédrio, alguns dos sacerdotes cuspiram em
Jesus (Mc 14:65) que foi vendado, surrado e humilhado (Lc 22:64); Jesus foi
zombado pelos "sumo sacerdotes, oficiais da polícia do templo e os
anciãos" (Lc 22:52).
Depois da condenação por Pôncio Pilatos, Jesus foi chicoteado e lacrado
pelos soldados romanos. Eles o vestiram “de vermelho” (Mt 27.27), coroaram com
espinhos e ornaram-no com um cajado - tríplice símbolo da realeza (veste, coroa
e cetro): “Salve, Rei dos Judeus!” (Mt 27.29) Depois, cuspiram e o agrediram –
humilhação completa! Lucas denuncia que os soldados de Herodes Antipas também o
ridicularizaram (23:11)...
Por fim, houve lacração na cruz: Jesus foi alvo dos "principais
sacerdotes com os escribas": "Ele salvou aos outros, a si mesmo não
se pode salvar!" (Mc 15:31). Mais: "Os soldados também o
escarneciam...: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo" (Lc 23.36ss)
implicando ser incapaz. O povo, os sacerdotes e os anciãos lacraram: "Ele
salvou aos outros, a si mesmo não se pode salvar! Rei de Israel é ele! Desça
agora da cruz e creremos nele!" (Mt 27.42).
Até o ladrão ao seu lado lacrou: "Não és tu o Cristo? Salva-te a ti
mesmo e a nós também!" (Lc 23:39)
Jesus de Nazaré foi alvo de lacração pelos judeus e gentios, desde as autoridades ao povão, o que torna seu sofrimento completo. E sua vitória também! (Arte: Caravaggio, 1602) By Geraldinho Farias
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