sexta-feira, 11 de julho de 2025

NEM ANJOS, NEM SUPER-HERÓIS XVI

Desde 2021 está série incômoda tem sido publicada: Padres e pastores estão morrendo… Pelas próprias mãos! O fenômeno do swicídi@ e da awt@mutilação entre líderes religiosos rompe com a sacralidade que geralmente envolve a vida consagrada. Neste 5 de julho de 2025, o padre Matteo Balzano, 35 anos, sacerdote da Diocese de Novara e coadjutor da paróquia de Cannobio (Itália), desistiu... O fenômeno é global - ocorre no Brasil, nas Américas, na Europa; dezenas de padres e pastores encerraram suas jornadas terrenas sob o peso insustentável da solidão, da pressão, do burnout e de uma espiritualidade que, muitas vezes, sufoca a humanidade.

A rotina exaustiva, a idealização do ministério, a ausência de vínculos familiares e a negação de emoções reais criam cenários onde muitos vivem como “anjos em crise”, sem permissão para adoecer, desabafar ou falhar. Enquanto pregam sobre o céu, agonizam com os dilemas da terra. Não é fraqueza espiritual, é colapso humano e adoecimento institucionalizado!

Religiosidades que deveriam salvar almas, adoecem seus pastores. As estruturas religiosas — cúrias, dioceses, convenções, denominações — têm contribuído para essa epidemia silenciosa. Sob o peso de agendas intermináveis e uma produtividade impiedosa, a saúde mental dos ministros é negligenciada.

Cultos que cansam

Religiosidades autofágicas

Missões como produtividade

Comunidades que consomem, mas não cuidam

Líderes que performam, mas não partilham

Instituições que oferecem púlpito, não ombro

A fé virou produto, e o ministério, vitrine

Reafirmo: Quem vê túnica, púlpito e Bíblia, não vê coração!

"Não matarás” é Mandamento também para corporações religiosas! Não há fé que imunize contra esgotamento, transtornos e adoecimentos. Não há oração que substitua o cuidado integral.

A esperança é que a espiritualidade abrace a vulnerabilidade e a santidade não prescinda da sanidade; fé é também companhia, descanso e escuta.

Jesus teve amigos, e chorou com eles; Moisés precisou de braços que o sustentassem; Paulo nunca caminhou só; E nós, líderes espirituais, também não devemos seguir sozinhos.

Precisamos reformar o modo como recrutamos, formamos e mantemos nossos líderes. Precisamos de comunidades que acolham, de seminários que formem com inteligência emocional, e de uma cultura eclesial que celebre o sábado (=descanso) tanto quanto os (exaustivos) domingos.

Ministros não são máquinas espirituais. São homens e mulheres de carne, fé, lágrimas e cansaço. Que cada púlpito seja um abrigo, não um tanque de guerra; que as batinas cubram corações curados e vocacionados atuem sem medo de se mostrarem gente. Porque, afinal, pastores também são ovelhas. By Geraldinho Farias 

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