Os mestres da lei,
fariseus e saduceus, eram juízes implacáveis. Eles classificavam, rotulavam e
perseguiam pessoas. Jesus andava com cobradores de impostos, marginais,
prostitutas e doentes. Aqueles, o condenavam por isto.
Em Mateus 23 Jesus denuncia suas dissimulações, conveniências políticas, falsos moralismos, porque exploravam viúvas; ignoravam os necessitados; aparentavam piedade, mas eram gananciosos; produziam regras pesadas – para os outros, afastando-as do Reino de Deus: “...Não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam” (2-4).
Jesus brada, de
forma hilária - mas confrontativa: “Condutores de cegos! Coais um mosquito e
engolis um camelo” (23:24). No aramaico o trocadilho é “coar um QAMLA e engolir
um GAMLA”.
Os fariseus tinham
hábito de coar, filtrar as bebidas (vinho, vinagre etc.) pra não correr o risco
de engolir um mosquito - o menor ser vivo impuro, segundo a Lei Mosaica; o
camelo era considerado o maior. O Mestre usou uma hipérbole - figura de
linguagem para o exagero ou absurdo, para dizer que eles pressionavam os outros
pecadores com coisas insignificantes (como um mosquito), exigindo
"perfeição" mas eles mesmos cometiam erros mais graves - desonestidade,
ganância, cínismo (=camelos).
O quanto nós
sofremos nas mãos de religiosos hipócritas, "santarrões", metidos a
superiores, "patrulheiros" - que vivem das aparências!
“Sepulcros caiados!
Serpentes! Raça de víboras!” (27,33)
(Publicado
originalmente em Setembro de 2022) By Geraldinho Farias
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