Policiais de quaisquer frente – civil, militar, federal, guarda civil – pelo dever de defender a sociedade, é associado culturalmente às figuras dos heróis. Diferente do “Robocop - O Policial do Futuro”, máquina do filme americano de 1987, misto de ação e ficção científica, as corporações dos segmentos devem atentar para as humanidades dos profissionais por trás das fardas, dentro de coletes e coturnos.
O surto psicótico que levou a efeito a morte do policial federal Lucas
Valença, 36, o “hipster da Federal”, por um fazendeiro após a invasão de sua
propriedade, lança luzes sobre a saúde mental das tropas.
No Brasil o número de policiais que finalizam as próprias jornadas é
maior que o dos que morrem em serviço: Só em 2019 foram 65 policiais militares
e 26 civis, enquanto o número de PMs mortos em serviço foi de 56 e o de
policiais civis, 16 (Fórum Brasileiro de Segurança Pública - Out 2020).
Entre 20|01 e 04|03 neste 2022, 5 profissionais da segurança pública
atentaram de forma fatal contra si mesmos no Mato Grosso do Sul!
A preparação do profissional, o enfrentamento da violência urbana e o
crime organizado, as pressões por decisões em milésimos de segundos, os baixos
soldos ou desvalorização das carreiras, as demandas que implicam insalubridade
e periculosidade, entre outros fatores, desafiam autoridades e corporações a
iniciativas e investimentos na saúde mental das tropas: Prevenção, maiores
cuidados para com os que já possuem histórico de transtornos|adoecimentos -
instituições devem promover espaços de escuta para seus partícipes.
É paradoxal que cultivemos o arquétipo da máquina infalível e
invencível, quando os policiais são pais de famílias, gente como a gente,
sofrendo depressão e crises extremas, cumprindo honrosa missão. (Imagem:
Eduardo Saraiva/ A2IMG) P
(Publicado originalmente em Março de 2022) By Geraldinho Farias
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