segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SÓ MAIS UMA FASE, MÃE - UMA NOVA DOENÇA

Jogos de RPG on-line estão criando uma legião de adolescentes dependentes e levando à especialização do atendimento psicológico e psiquiátrico no Brasil. Clínicas para dependentes químicos (álcool e tabagismo) se adaptam à nova patologia. Há semelhanças entre os jogos on-line e os jogos de azar, como os caça-níqueis. Fenômeno recente, as “drogas virtuais” mais consumidas são conhecidos como RPG, quando diversos participantes se aventuram em desafios e simulações de guerras (um dos cenários favoritos) por
muitas horas ou até dias seguidos (Editado FSP 2/9/12).

Risco: não há game-over; o sucesso depende as horas investidas; há um sistema de recompensas – premia o jogador quando avança para um nível mais difícil; desafios requerem um grupo de jogadores para lutar contra o próprio jogo ou entre as equipes, o que os torna responsáveis pelo time e os desestimula a deixá-lo; rede social – os jogadores interagem em tempo real.

Chama a atenção a demanda de crianças e adolescentes em consultórios de psicologia e psiquiatria, além das clínicas psiquiátricas procurados para tratamento.

Jovens mais impulsivos com dificuldades de convívio social, baixo nível de empatia e pior capacidade de lidar com as emoções têm alguma chance de se tornar dependente dos jogos.
É ou não é vício? O uso excessivo de internet não é, por si só, uma dependência. O problema é quando prejudica o desempenho escolar, sequestra o indivíduo do convívio social  além do acúmulo de horas para obtenção de prazer.

Doenças associadas: O jogo on-line patológico está ligado à depressão, ansiedade, transtorno de deficit de atenção e fobia social. Pode até piorar os sintomas correlatos. O tratamento é feito com psicoterapia associada ao uso de medicamentos antiansiógenos ou antidepressivos.

Pós-tratamento: O uso de internet não de ve ser totalmente cortado, mas moderado. É importante os pais participarem mais da vida do jovem e buscar outras atividades que substituam o jogo.

A “síndrome midiática” – compulsão pela Net, transtorno já descrito, e o vício em jogos on-line começa com a ausência de regras, limites que cabem aos pais no uso ou abuso dos computadores. Evolui para dependência e compulsão por não conhecermos até onde podemos ir – de mera diversão à escravidão – a linha divisória é tênue. Pais e educadores devem orientar, disciplinar o uso, saber dizer não, para que crianças não aumentem as filas dos consultórios.

(Recentemente atendi a uma criança que apresentou estas características. O caso me exigiu que estudasse os jogos MMORPG (=massively multiplayer online roleplaying game). Fiquei perplexo com o grau de investimento e envolvimento psíquico entre personagens num drama surreal). By Geraldinho Farias

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