quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PERFUME DE MULHER

Introdução: Uma inquietante pergunta: “Você adora quando adora?” Narrativa do Evangelho de Marcos, 14.3-9 (+Mt 26 e Jo 12) - descritos as implicações, a maneira/forma e o alvo da adoração que Deus aprova. Apresento os três personagens envolvidos no episódio “perfume de mulher”, título emprestado do magnífico filme de Martin Brest, com Robert De Niro, de 1992 – a mulher e o perfume aqui citados, foram marcados na história pelo próprio Cristo: 

I. Maria e as implicações da adoração: 
a) Vai a Jesus. Ele mesmo nos convidou (Mt 11.28 ss); mas a razão de Maria é a melhor de todas: Gratidão, louvor, homenagem. b) Jesus está à mesa de Simão, um “companheiro” (= de comer  pão juntos; com-pão-eiro). É a fraternidade, a comunhão. Evitemos a mesa dos escarnecedores (Sl 1). c) Ela age com ousadia e coragem. Rompe o preconceito de uma sociedade machista. (Judeus: “Graças a Deus não nasci gentio, samaritano ou mulher”). As mulheres não possuiam nenhum valor. Muita ousadia por-se entre homens. Maria se apresenta lá. Adoração: Quem quer, dá um jeito; quem não quer, inventa desculpas... d) Expõe-se ao ridículo, ao risco de expulsão, à crítica de quem menos se espera.

II. Os Discípulos e a forma, o “como” (nesse caso, como não devemos) adorar. Após a ato digno de imitação, lemos de como os “companheiros” se comportaram: a) “Murmuraram contra ela”. No original: “golperam-na”. Censuraram de forma impiedosa o ato de Maria. A Bíblia fala do homem natural, do crente e do cristão carnal. Parece-nos uma reação de crentes carnais. b) Cristãos carnais não tem condição/autoridade de balizar os atos de adoração de outrem. Vivemos ante avaliações corriqueiras - “O culto foi frio”; “A pregação foi fraca”; “O louvor foi mal ensaiado”; muitas destas manifestações se originam de crentes pouco espirituosos. c) A carnalidade por trás da boa intenção: “Poderia ser dado aos pobres”. É possível que Judas tivesse patrocinado a depreciação. Hoje na mesa da comunhão muitos pecam, poucos servem e adoram. Muitas avaliações supostamente bem intencionadas encobrem atos egoístas – consideraram “desperdício”, invés de aproveitarem a presença de Jesus! d)Insensíveis, indiferentes: Jesus não era digno de uma homenagem que custasse o sacrifício deles, sendo que Ele, Jesus, se oferecia em sacrifício por eles? (É sacrifício ir à igreja quando cansados? Jesus não é digno do melhor do nosso melhor? ? ?) A diferença entre o expectador do culto e o adorador é o serviço!

III. Jesus Cristo o alvo único de nossa adoração. a) O episódio mostra que quando Cristo recebe a adoradora, recebe a adoração. O contrário é verdadeiro. Deus recebeu Abraão; Davi; os reis no Natal; a viúva pobre; significa que recebeu suas ofertas: Isaque, a eira de araúna, ouro/incenso/mirra e a dracma. A Bíblia prioriza a relação com Deus e, como resultado, nossa oferta a Ele (veja Mt 5.23 e 24)! b) Jesus julga o ato: “Fez o que pode”. Se nosso culto é para Deus, é Ele quem deve aquilatar nossos atos. Muitos preferem o conforto da mesa em detrimento da unção do corpo de Cristo, a igreja. c) Eternizou o gesto: Estamos hoje compartilhando o evangelho, focalizando Maria e sua oferta. Sua vida pode ser uma grande lição para sua família, vizinhos, amigos, baseado em seu ato de adoração voluntário, corajoso e valioso.

(Conclusão/Aplicação:) Que oferta foi essa que causou indignação entre os discípulos, a aprovação de Jesus e a memória de Maria? ? ? Produto feito do sândalo; de nardo puro; importado da Síria; caríssimo! Custava 300 denários. 1 denário = o valor de uma diária de trabalho dos operários judeus. Ou seja: Quase 1 ano de trabalho! Qual o perfume mais caro da Água de Cheiro, do Boticário, Láqua de Fiori? O texto diz que ela “quebrou o cântaro”, o frasco, ou seja: Derramou tudo aos pés do do seu amante, o Adorado. Quem se deu, dá tudo - bens e serviços.  Chamamos isso de consagração. O perfume de Maria retrata seu coração (II Co 2.15). A melhor forma de gratidão a Deus é serví-Lo: ”Ele morreu por todos para os que vivam não vivam mais para si, mas para (propósito, razão de ser, missão:) Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II Co 5.15). Agora voltemos à pergunta confrontativa: “Você adora quando adora?” Um coração apaixonado por Jesus é capaz de tudo por Ele: Ousado, inteiro, não mede esforços, não vê obstáculo ou preço quando entrega sua oferta, porque antes entregou-se a si mesmo. Este texto fala mais sobre o íntimo que as aparências.

Proferido na IB Selecta em 15/08/12. By Geraldinho Farias

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