sábado, 17 de março de 2012

PARALELOS

O Conde de Monte Cristo, obra de Alexandre Dumas, nos idos de 1844 faz parte de minha história como primeiro romance. A história jamais me deixou depois que assisti à versão do cinema tendo Richard Chamberlain como astro. Reeditada em 2002, desta feita com Jim Cravezel como Edmund Dantes. A história é pra lá de interessante. Dantes sofre uma falsa acusação combinada por seus "amigos" mais próximos, no melhor momento de sua vida - acusado de traição é lançado preso na ilha de If. Vive o luto da reputacão, da profissão, do amor e da família - perde tudo!
Lá conhece um abade idoso que lhe ensina a ‘dar a volta por cima”. Escapa como por milagre com um mapa que lhe destina um tesouro. O Abade lhe ensina a disciplina, as artes, a ciência, a espada e ainda lhe presenteia com uma chance de recomeçar. E volta como Conde a Monte Cristo, disposto a vingar um a um de seus algozes. E, a cada vingança, se apresenta. É vitima e vingador ao mesmo tempo. Enfim, recupera sua liberdade e seu amor.
Les Miserabiles é a principal obra de Victor Hugo. Jean Valjean é um condenado a 19 anos a serviços forçados. Liberto, conhece um bispo católico que lhe concede a oportunidade de ser "um novo homem". A partir disso passa a viver uma vida de generosidade, perdão e doçura. Mas... Mas tem em seu encalço Javet, um obcecado inspetor de polícia que arma todas as emboscadas para “desmascarar” Valjean e devolver-lhe a humilhação e cárcere. Movido por inveja atroz persegue seu alvo durante décadas... É o predador que pedimos a Deus não encontrar. Implacável, tem como lema destruir qualquer sintoma de felicidade por parte de sua vitima.
No paralelo entre estes personagens, além de ambientados na França, temos dois destinos contraditórios, paradoxais:
Dantes tem sede e fome de vingança: Não descansa enquanto não supera um a um seus inimigos. Valjean encarna o sujeito que tem sua vida transformada por uma porta que se abriu e passa a viver de novo, de modo diferente, irradiando bondade. Um, suspira a justiça “pelas próprias mãos”, cheiro de sangue; o outro, na contramão, o caminho do perdão e do amor. A vida convertida, desprovida de ambiçao exceto ajudar o próximo.
Dentro de nós convivem Dantes e Valjean. Com quem nos parecemos? Somos mais proximos de quem? Voce decide.
Se quiser pensar melhor, corra agora mesmo e assista ao Conde de Monte Cristo e Os Miseráveis - dois clássicos de primeira linha.
                                           by Geraldinho Farias, um cinéfilo

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