segunda-feira, 26 de março de 2012

CORAIS EM EXTINÇÃO

A combinação entre pesca insustentável, poluição e mudanças climáticas pode levar a extinção de 75% dos corais do planeta. No Brasil as maiores ameaças estão no litoral entre Alagoas e Pernambuco e na região de abrolhos, Bahia. Turismo e urbanização descarregam resíduos em larga escala contaminando recifes, diz o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

"Corais em extinção". Essa frase pode também referir-se ao Canto Coral. Responsável
pela beleza e riqueza da hinódia cristã ao longo dos séculos, a prática de unir vozes - tenores, sopranos, contraltos e baixos - tem sido suprimida das comunidades. Hoje em dia parte considerável do cristianismo, diferente de outrora, já não prima por produtos bem acabados como a técnica sincrônica, disciplinar e fina que o Coro encerra. 

Estudos apontam os múltiplos benefícios do cântico de coro aplicados em pacientes da psicossomática e cardiopatas, ironicamente, presente em grupos eclesiásticos. É como se o enfermo ignorasse um remédio eficaz bem ao seu alcance. Apesar de algumas poucas comunidades manterem sob alto custo as vozes simétricas, os que padecem abrem mão de melhorar sua qualidade de vida.

Emprestar a voz a um conjunto vai além da plástica sonora: É uma vivência de grupo, dinâmica relacional que motiva, edifica e integra. O treino funciona como uma didática de vida: São passos dados em etapas, correção de percurso, e apresentação sob alvos, orientado pelo regente-maestro-líder. Impossível não tornar-se pessoa melhor; tornar-se ser-parte-de-um-todo, melhor, mais humano.

O coro foi preterido pela cultura pop denominada "gospel": Rápido, superficial, fácil. A qualidade e o conteúdo sofríveis são "sinais dos tempos". O consagrado "gospel" entrete, dita o ritmo e empolga um ambiente. Mas, o que sustentou o cristianismo e deu testemunho de sua saga foi sem dúvida o canto em Coro. Não é a escolha de uma (modalidade) em detrimento de outra, afinal, devemos aceitar tendências, mas o encolhimento, dissolução quando não assassinato dos coros - é um indício perigoso da finalidade que a adoração pretende num agrupamento de cristãos. A quem interessa o fim de tão salutar atividade?

Nalgums casos há coros sobrevivendo contando apenas com a adesão heróica de seniores. É como se um conjunto de vozes fosse algo da senescência. Se considerarmos assim... O crescimento das populações idosas no mundo, particularmente no Brasil, provocará uma explosão de coros? Sabemos que não.

Cada vez que um tecido de coral morre, morre a vida marinha. E o Greenpeace está atento para brigar, protestar, fazer barulho, mobilizar o mundo. Não é exagero afirmar: Cada vez que um Coro morre, morre possiblidades de crescimento numa comunidade. No primeiro caso as entidades ecológicas gritam, denunciam. No segundo caso, quem assumirá a briga em pró dos coros??? By Geraldinho Farias
      By Marina Farias - Regente de Coro desde os 15 anos
        Imagens do Coro da IB Selecta, S. Bernardo/SP

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