Após a liberação das apostas em 2018 e a recente regulamentação das Bets, já somos o 3º. País que mais consome apostas online – cassinos, esportes e jogos de azar (Comscore, 2023) e o líder em acessos para fazer uma “fezinha” em sites de apostas virtuais (SimilarWeb, 2023). Significa um mercado que movimentou $100 bi! (Não nos surpreende o interesse de golpistas, fraudadores, hackers e o crime organizado...) Foram $21 bi, só neste agosto. A grana movimentada no Brasil já é 1% do PIB...
É a “Betdemia”, a
epidemia das Bets. Antigamente as pessoas saíam de casa para cassinos, banca de
jogos – havia um lugar, um endereço, sob a culpa de práticas marginais ou
clandestinas. Hoje o acesso está à mão, em plataformas e apps de jogos. Mas é
um universo em que não existe o “consumo responsável” ou o “jogo com
moderação”. Um abismo a atrair, viciar, endividar, e colaterais dos mais
danosos - a fragmentação das famílias, explosão de divórcios, gatilhos para
transtornos diversos.
Os tais
influenciadores inflamam apostadores - inclusive influencers mirins atuam como
recrutadores de usuários entre 6 e 16 anos (Instituto Alana). O indivíduo se
comporta como um dependente químico, refém de jogos programados para
subjugá-los, escraviza-los: A Dopamina é liberada ao comer chocolate, quando o
time ganha, a sensação de prazer/recompensa. Para apostadores, o reforço é
intermitente: Você perde, perde, perde, mas uma hora, ganha. A dopamina fará
você investir mais, mais, mais, condicionando-o ao próximo suposto ganho.
Não existe dinheiro
fácil em rápidas tecladas. As Bets são os novos narcóticos e os riscos de
compulsão. O vício em jogos é tratado como outros vícios, por meio da
psicoterapia, grupos de apoio - como os Jogadores Anônimos ou Narcóticos
Anônimos e, em casos extremos, clínicas de reabilitação. Vale a dica dos
Alcoólicos Anônimos: “Evite o primeiro gole", melhor, a primeira aposta”!
By Geraldinho Farias (Originalmente publicado em 25Set2024)
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