terça-feira, 27 de abril de 2021

MEU PAI (EUA, 2020)

O filme repete a fórmula de “Pra Sempre Alice” (2015), sobre pessoa com Alzheimer. Mas com perfeição: Florian Zeller descreve o declínio de uma mente do ponto de vista do protagonista, por Anthony Hopkins, em mais uma atuação magistral.

Do quadro inicial às diversas configurações de falas, personagens e sets, somos mergulhados em confusões e sutilezas. Uma progressão dolorosa e frágil, ao mesmo tempo, uma sessão de Psicanálise de 1 hora e 36 minutos – o édipo, a contratransferência, regressões... Num quadrilátero revelador:

- Da sanidade em declínio;

- Dos satélites no entorno, os exaustivos desafios da adaptação (juntando os cacos, inexoravelmente afetados);

- Dos cuidadores – guardiões ainda subvalorizados;

- E das instituições.

Vivemos|viveremos. Impossível não se identificar ou ser empático com os rituais, as oscilações de humor – manipuladoras, sarcásticas, agressivas.

Qual o limite em que as famílias devam manter no convívio? E os colaterais? Não há heroísmos ou romantismos: As instituições muitas vezes não é uma opção!

“Eu sinto que estou perdendo todas as minhas folhas. Os galhos, o vento e a chuva... Eu não sei o que está acontecendo agora... Mas eu sei que o meu relógio está no meu pulso...” Um documento para o nosso tempo.

Ao final, o colhimento maternal. Afinal, todos somos humanos – não importa o estágio que vivemos. By Geraldinho Farias

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CLOSE (2022)

É desafiador abordar temas complexos. Podemos discutir o "como" o roteiro (Lukas Dhont) foi tocado - entre a primeira e a segunda ...