O filme repete a fórmula de “Pra Sempre Alice” (2015), sobre pessoa com Alzheimer. Mas com perfeição: Florian Zeller descreve o declínio de uma mente do ponto de vista do protagonista, por Anthony Hopkins, em mais uma atuação magistral.
Do quadro inicial às diversas configurações de falas, personagens e
sets, somos mergulhados em confusões e sutilezas. Uma progressão dolorosa e
frágil, ao mesmo tempo, uma sessão de Psicanálise de 1 hora e 36 minutos – o
édipo, a contratransferência, regressões... Num quadrilátero revelador:
- Da sanidade em declínio;
- Dos satélites no entorno, os exaustivos desafios da adaptação
(juntando os cacos, inexoravelmente afetados);
- Dos cuidadores – guardiões ainda subvalorizados;
- E das instituições.
Vivemos|viveremos. Impossível não se identificar ou ser empático com os
rituais, as oscilações de humor – manipuladoras, sarcásticas, agressivas.
Qual o limite em que as famílias devam manter no convívio? E os
colaterais? Não há heroísmos ou romantismos: As instituições muitas vezes não é
uma opção!
“Eu sinto que estou perdendo todas as minhas folhas. Os galhos, o vento
e a chuva... Eu não sei o que está acontecendo agora... Mas eu sei que o meu
relógio está no meu pulso...” Um documento para o nosso tempo.
Ao final, o colhimento maternal. Afinal, todos somos humanos – não importa o estágio que vivemos. By Geraldinho Farias
Nenhum comentário:
Postar um comentário