É paradoxal que na era da informação ampla, acessível e irrestrita, a educação sexual ainda seja tabu em lares e igrejas cristãs. Aqui, uma introdução:
Propomos uma desintoxicação: Nem o lixo do mundo – vede Penélope e MTV, internet e afins – nem o silêncio religioso. O sexo no devido lugar.
Não à animalização ou “açougue” das ruas, erotização precoce e à material girl: Mulher pera, goiaba, melão etc. Hoje a sexualidade não é da intimidade, mas da massificação.
Não à liberação indiscriminada. A Sexualidade não é causa pública ou conteúdo para o Estado.
Na rede, a propaganda exaustiva e negativa do casamento. Sexo não deve ser uma “máquina” de descarregar energia; Sexo não é usar e abusar, tal estupro consentido, afinal, sexo não é coisificação.
Por Que Não
Celebramos a Vivência do Sexo Saudável:
1. Separamos o ato da espiritualidade: Somente abster por causa da oração, por tempo limitado e sob mútuo consentimento (I Co 7.5); o amor conjugal é figura da relação Deus com Seu povo – Cantares; Ef 5.25; porque tudo implica na vivência de princípios do cristianismo (I Co 10.31; I Pe 3.7)
2. Educação reprimida prevalece (É pecado, é feio, é sujo!). Se não há diálogo em casa, púlpitos e classes da igreja silenciam
3. Prevalece o legado cultural machista – o modelo mundano, a animalização – o predador x a presa
4. Falta Intimidade Relacional (sedução, jogo, diversão): “Meu marido é meu melhor amigo”
5. Problemas de Saúde (impotência; stress; sangramento; dor; ansiedade; colaterais de medicamentos) tem tratamento (nem tudo se resolve com o cartão de crédito!)
6. Quem não se ama, não ama! A experiência em voga é nova experiência. Não devemos “pagar” a conta de nossa educação, afinal, nossos pais e avós legaram culpa, repressão e falta de diálogo e afetividade
7. Para além da progesterona e estrogênio: Não reduzir a vivência do sexo a pinto - periquita. Sexo é acolhimento, carinho, atenção, apreciação, vivência! Vale a prévia – o “antes”. Vale o “pós” – o depois. Não somos um bando de músculos. Tesão, prazer, desejo da vivência integral: Somos espirituais, almáticos, gente...
8. Cuidado com os invasores – TV, PC, Facebook, os filhos, a sogra (argh!)... A aliança com Deus > aliança conjugal (Mt 22.30) Somente a aliança com Deus, espiritual, está acima da aliança conjugal. Portanto nada deve se interpor à conjugalidade!
9. Vivência contínua, integral. No sexo o antes é tão importante quanto o durante. O depois é tão importante quanto o durante porque o depois prepara para o próximo! Somos integrais (bio/psico/social/espiritual) Interligados, interdependentes. Que não haja uma “hora de amor”, mas uma vi-vên-cia-de- a-mor (Jo 4.24; I Co 10.31). Amor não se “faz”, amor se vive
10. Diálogo. Quanto
mais diálogo, mais o sexo melhora e o contrário é verdade...
O sexo numa relação não é tudo, mas é um importante indicativo da qualidade relacional.
Sugerimos: A educação cabe ao lar, aos pais, e o sexo deve fazer parte do crescimento e maturação de nossos filhos. Aproveite-se as janelas didáticas que o crescimento proporciona: Ao surgir perguntas, seja sensato e criativo em transmitir o que há de belo, íntimo, simbólico, proposital e sagrado na relação sexual
No lar - antes da igreja, antes da escola; com os pais, antes dos amigos, antes da rua
Crianças desde cedo devem receber orientações sobre bullyng, abuso sexual, comportamentos sexuais inadequados e pornografia
O sexo em seu ambiente: Dentro do casamento. Tudo na vida tem sua fase, e para o sexo somos preparados física-psíquica e afetivamente para a mais completa e profunda experiência da vida: A conjugalidade. A progressão de nossa maturidade nos prepara para esta experiência
A adolescência, hora fértil, acompanhe mais de perto em diálogos francos sobre expectativas, conversas entre amigos e posicionamentos que os filhos enfrentam
Filtre as janelas. A internet é uma janela para o mundo. Muita informação não é igual à boa informação. Acompanhe o conteúdo consumido por seus filhos
Menarca, excitação, tesão, primeira paixão... É da ordem humana, nada do outro mundo. Faça com que coisas da ordem humana tenham seu espaço. Facilite. Tome as iniciativas do diálogo. Seja sensível: Nem precipitação, nem omissão
Crianças precisam de orientações advindas de amigos que compreendem, mais que juízes que inibem e culpam. O "como" se orienta é tão importante quanto o conteúdo em si
Na hora dos primeiros jogos afetivos, primeiro namoro, acompanhando as etapas do desenvolvimento, a interação deve aumentar: Sobre proximidade física, carícias, riscos de antecipar etapas. Linha aberta é o melhor caminho
O melhor legado a seus filhos é sua relação conjugal; funciona como uma matriz. Perceber os pais felizes e realizados, numa relação íntima e sólida, soa mais alto que um discurso bem elaborado
A igreja também pode ser uma linha auxiliar na didática do sexo. Fóruns, estudos, diálogos, clínicas para namorados e noivos no ambiente eclesiástico para fortalecer convicções e compartilhar problemas e dramas
Não somos de acrílico, borracha e plástico. Somos gente
Não somos apenas músculos, ossos, cartilagens e hormônios. Somos gente
Há algo além da anatomia e funcionalidade de pênis e vagina. A afetividade e parceria entre homem e mulher é algo a ser construído! Cabe aos pais compartilhar experiências e princípios; e aos filhos se prepararem para o casamento
Temos impulsos. O sexo e a sexualidade faz parte da gente. Deus nos criou assim. Isso é bom, saudável, e como lidar acrescentará muito e fará muito bem num mundo que banaliza, animaliza e coisifica algo tão bom. By Geraldinho Farias
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