Sob o título Me Dê Motivo – Os Casais
se Separam Por Quê?, a FSP (3/7/12) publicou matéria sobre os 35
anos da Lei do Divórcio. Aqui, edição do conteúdo: Por que um
casal se separa? Porque pode. Antes da lei do divórcio, que completa 35 anos
também podia, mas era difícil.
Nas últimas décadas, quase tudo mudou
na dinâmica do casamento. Já as razões pelas quais ele acaba são as mesmas,
segundo advogados especializados em divórcio.
São as razões de sempre, mas atualizadas. Veja a
questão da traição, por exemplo: “Quase todos os adultérios que chegam ao meu
escritório foram comprovados por e-mail ou mensagem de texto”, afirma Priscila
Corrêa da Fonseca, profesora da USP. “O traído descobre a senha, muitas vezes
contratando rackers, e depois diz que viu no computador compartilhado pela
família”, diz.
REDE SOCIAL
No Reino Unido, um levantamento com
base em 5.000 petições de divórcio, feito por uma empresa, constatou que a
palavra “Facebook” aparecia em 33% dos processos movidos em 2011 por “conduta
inapropriada” do parceiro.
Para Fonseca a internet inflacionou o
número de traições e diversificou as modalidades: “Adultério antigamente dava o
maior trabalho. Era só o telefone fixo no meio da sala de casa. Hoje tem
celular e gente conversando com o amante no chat enquanto o parceiro oficial
está bem ao lado”.
...Para o advogado Celso Cintra Mori,
a possiblidade de manter conversas privadas de forma discreta e o contato
constante com pessoas do passado em redes sociais fez gente sem o “perfil do
pulador” se aventurar. “A internet ainda é um limbo confuso e as pessoas criam
maneiras psicologicamente aceitáveis para justificar seus comportamentos na
rede. Ao deitar no travesseiro, todo mundo sabe o que é uma triação e ela
certamente inclui conversas dúbias por e-mail”.
FALTA DE AMOR
Antes da lei do divórcio, de 1977, o
caminho para quem estava insatisfeito era o desquite, que envolvia
constrangimento social e impedia a formalização de outra união. Hoje é
permitido oficializar divórcios consensuais no mesmo dia...
CRIAÇÃO DE FILHOS
Dez entre dez advogados citam
divergências sobre como educar os filhos entre as razões mais comuns para um
casal se divorciar... “A hora de escolher a escola dos filhos é sempre um
momento de provação para o casal. É quando muitos percebem incompatibilidade de
expectativas”, diz o psiquiatra Carmita abdo. Esse é o momento em que
divergências aparentemente pequenas mostram seu verdadeiro tamanho: “Escola
liberal ou religiosa? Já dá pra ver que esse casal terá um grande desafio para
se entender em vários outros aspectos da criação”, diz.
O advogado Luiz Kignel dava palestra
sobre direito de família quando um casal grávido de cinco meses perguntou se
era cedo demais para discutir a educação da criança. “Vocês estão seis meses
atrasados”, respondeu ele... “Casamento hoje não é para a vida toda, mas filho
ainda é; as pessoas deixam para discutir essas coisas quando o problema já está
instalado”, afirma Kignel.
CULPA DA SOGRA
Até 2002, não havia divórcio no
Brasil sem que fossem definidos uma causa e um culpado. Parece que o Estado se
interessava numa mesquinharia para saber quem estava certo. Nos processos de
separação, “é preciso achar um vilão. Pode ser o ex, a atual do ex ou até a
sogra”, diz Carmita Abdo.
BANALIZAÇÃO
Entre os ganhos para os direitos
individuais, a simplificação do processo criou banalizações. O aumento dos
rompimentos, no entanto, não pode ser atribuído apenas às facilidades legais.
“Fatores demográficos contribuem para a explosão: Aumento da renda feminina, da
escolaridade, a queda do número de filhos”, afirma o Professor José Eustáquio
Alves, do IBGE.
CARÊNCIA
A partir de julho de 2010: A pessoa
pode se casar num dia e se divorciar no outro. Antes, a separação só era
permitida um ano depois do casamento. Acabou a obrigatoriedade da separação
judicial, processo que antecedia o divórcio e deixava tudo mais demorado.
Antes de 2010, para se divorciar e
poder se casar novamente, a pessoa precisava comprovar um ano de separação
judicial ou dois anos de separação de fato. Hoje dá pra pedir o divórcio de uma
vez. Se for consensual e o casal estiver de acordo com a divisão de bens, não
precisa nem de advogado e ser feito no cartório.
Mais comuns antes da nova lei, os
processos de separação judicial litigiosos, com disputa de guarda de filhos ou
de bens, precisam tachar um dos cônjugues como “culpado” da separação e
descrever os motivos que levaram à dissolução da união.
Mas a questão é controversa: Parte
dos advogados e legisladores entende que a separação judicial não existe mais,
portanto ninguém precisa apresentar motivos nem culpados para se divorciar.
(Noelly Russo)
IBGE 2010
Segundo o Censo Demográfico: 39 e 43
anos, respectivamente, é a idade média em que as mulheres e homens se
divorciam. 16 anos é a média de duração dos casamentos no Brasil. 18,3% dos
casamentos realizados em 2010 foram entre pessoas que já haviam sido casadas
anteriormente.
AS 10 RAZÕES PRINCIPAIS
Segundo dez advogados de família
ouvidos pela Folha...
Traição – Redes sociais e
mensagens de celular ampliaram a prática. “Está mais fácil abordar um possível
caso de maneira discreta” (Celso Mori). Apesar da tecnologia, o ambiente de
trabalho continua sendo o grande palco da traição.
Dinheiro – Demissão, excesso de
gastos e mentiras sobre a situação financeira geram atritos a partir do segundo
ano de relacionamento. “Casais se separam por dinheiro e, no divórcio,
continuam brigando por ele” (Priscila Fonseca).
Educação dos Filhos –
Discordâncias na escolha da escola e no nível de liberdade que os filhos devem
ter abalam a relação. Até quem costuma ser flexível tem dificuldade em fazer
concessões quando se trata da criação dos filhos (Luiz Kignel).
Violência Doméstica – “Os homens
tem dificuldade em aceitar que a situação das mulheres mudou. Pressões
psicológicas e físicas para que voltem a se submeter são ainda comuns” (Maria
B. Dias).
O Parceiro Não Evolui –
Impressão de que o parceiro parou no tempo. “Muitas vezes os dois reclamam da
mesma coisa sem perceber que talvez cada um tenha evoluido pra um lado” (Sandra
Vilela).
Reciclagem – O homem é o que
mais pede o divórcio por ter outra pessoa em vista. As vezes o outro nem é tão
importante, mas funciona como justificativa para o rompimento (Nelson Sussumo).
Família Chata – Aqueles eternos
almoços de domingo acabam cobrando um preço. “É difícil comprar o pacote
completo da outra pessoa e algumas famílias realmente fazem de tudo pra
desagradar” (Rodrigo Pereira).
Religião – “Quando um dos lados
se torna muito mais religiosos do que era antes do casamento acontece um
estranhamento, sobretudo quando os dois são de religiões diferentes” (Denise
Fonseca).
Convivência – A famosa
“incompatibilidade de gênios” pesa quando a paixão esfria. “É um motivo comum,
mas costuma esconder algo maior, que é um esvaziamento da relação” (Ricardo
Zamariola).
Ciúme Excessivo – “O ciúme
exagerado vai minando a paciência do objeto e autoestima do ciumento” (Álvaro
Villaça Azevedo). Edição By Geraldinho Farias
Quando um rapaz e uma moça ajuizados resolvem oficializar sua união através do casamento, precisam saber que todos os rios tem duas margens e uma medida de uma a outra margem. Necessitam se concientizarem que ambos terão que caminhar até o meio do rio para juntos olharem as duas margens para notarem os obsttáculos que terão que enfrentar juntos para se alegrarem juntos nas margens floridas e sofrerem juntos para vencer as concequências nas margens pedregosas. A Bíblia somente justifica o divórcio por traiçaõ ou a separação pela morte, mas é necessário interpretar a morte do amor. Por mais real que o amor seja, poderá ser assassinado pelo ciúme. Quando a união é por um verdadeiro amor. este vence todas as barreiras:_Ciumes, dinheiro criação de filhos, incompatibilidade de gênios, etc.
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