Ditado consagrado na população diz
respeito à impossiblidade de se mediar conflitos conjugais. Diz-se: “Em briga
de marido e mulher não se mete a colher”. Depois de quase 15 anos como pastor e
5 anos como psicólgo, mediando crises conjugais, tenho razoáveis argumentos
para discordar de tal adágio.
Treinar mentores, conselheiros,
discipuladores de casais é ministério. A cultura da mediação deve ser
estabelecida através de acompanhamentos de pares. Prestar contas ao casal de
mentores deve ser rotina – ao menos nos primeiros anos.
A função “decorativa” dos padrinhos deve ir para além da foto da cerimônia de casamento.
mentores deve ser rotina – ao menos nos primeiros anos.
A função “decorativa” dos padrinhos deve ir para além da foto da cerimônia de casamento.
Quando os noivos por
razões de intimidade, confiança e apreço escolhem os padrinhos, devemos
orientá-los ao papel de acompanhar os noivos na vivência conjugal. Periódicas
visitas e diálogos reflexivos devem ser extensão do papel.
Há níveis de crise conjugal. Há
crises resultantes de falta de perdão; falta de tempo adequado à vivência;
dependência química por parte de um dos conjuges; desorganização financeira;
ciúmes; ruídos na comunicação; interferência na educação dos filhos;
incompreensão das diferenças; invasão do espaço por parte de parentes,
entre outros. Sempre cabe uma intervenção desde que permitida pelas
partes.
Algumas sugestões são importantes: Ouvir
bem as partes – seja o ouvir pessoal, seja conjugal. Em qualquer situação há o
lado/razão dele(a); reinvidicações; opiniões extremas; devemos ouví-los
Para uma reconciliação e
estabilização é importante dar tempo ao casal – crises antigas levam algum
tempo para resolução
Algumas tarefas são importantes –
elaborar lista do que incomoda e executar a tarefa de evitar ou mudar atitudes;
uma leitura compartilhada - há bons livros sobre o assunto
Celebrar pequenos movimentos e
atitudes de mudança – mudar pouco também é mudar. Uma longa caminhada começa
com o primeiro passo
O mediador não está do lado dele ou
dela: Está do lado da conjugalidade, da saúde da família. Crises conjugais são
aprofundadas quando a intervenção é feita por torcedores apaixonados,
contaminados por posições anteriores
O diálogo confrontativo tem espaço –
no devido tempo e da forma sensível e apropriada. Fazer pensar; discutir hipóteses;
formular perguntas; ter sensibilidade pra jogar o jogo
Na mediação há implicações
pessoais, conjugais, familiares e dos mediadores
Sempre é bom lembrar: Resolução de
conflitos é processo, não um ato (Não se iluda achando que um diálogo, um
encontro, uma oração resolverá num ato uma encrenca)
Abra-se sempre para ajuda
profissional. Um processo terapêutico de casal é uma possiblidade. A
intervenção de mediadores leigos, dependendo do nível da crise, pode adiar
perigosamente uma aproximação ou até mesmo cristalizar uma separação
Ninguém é suficientemente
preparado para estar no olho do furacão. Portanto, em briga de marido e mulher
podemos meter a colher desde que de forma pro-ativa. Não se mete a colher em
briga de conjuges que não permitem intervenção. Meter a colher não é o
mesmo que meter o serrote. Concluo reafirmando que a superação de demandas da
conjugalidade depende das partes. Mas o aprimoramento de mediadores pode
resultar em acréscimos nos diálogos reflexivos entre casais permeáveis. By Geraldinho Farias & Marina
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