sexta-feira, 27 de julho de 2012

METENDO A COLHER

Ditado consagrado na população diz respeito à impossiblidade de se mediar conflitos conjugais. Diz-se: “Em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Depois de quase 15 anos como pastor e 5 anos como psicólgo, mediando crises conjugais, tenho razoáveis argumentos para discordar de tal adágio.

Treinar mentores, conselheiros, discipuladores de casais é ministério. A cultura da mediação deve ser estabelecida através de acompanhamentos de pares. Prestar contas ao casal de
mentores deve ser rotina – ao menos nos primeiros anos.

A função “decorativa” dos padrinhos deve ir para além da foto da cerimônia de casamento.
Quando os noivos por razões de intimidade, confiança e apreço escolhem os padrinhos, devemos orientá-los ao papel de acompanhar os noivos na vivência conjugal. Periódicas visitas e diálogos reflexivos devem ser extensão do papel.

Há níveis de crise conjugal. Há crises resultantes de falta de perdão; falta de tempo adequado à vivência; dependência química por parte de um dos conjuges; desorganização financeira; ciúmes; ruídos na comunicação; interferência na educação dos filhos; incompreensão das diferenças; invasão do espaço por parte de parentes, entre outros. Sempre cabe uma intervenção desde que permitida pelas partes.

Algumas sugestões são importantes: Ouvir bem as partes – seja o ouvir pessoal, seja conjugal. Em qualquer situação há o lado/razão dele(a); reinvidicações; opiniões extremas; devemos ouví-los

Para uma reconciliação e estabilização é importante dar tempo ao casal – crises antigas levam algum tempo para resolução

Algumas tarefas são importantes – elaborar lista do que incomoda e executar a tarefa de evitar ou mudar atitudes; uma leitura compartilhada - há bons livros sobre o assunto

Celebrar pequenos movimentos e atitudes de mudança – mudar pouco também é mudar. Uma longa caminhada começa com o primeiro passo

O mediador não está do lado dele ou dela: Está do lado da conjugalidade, da saúde da família. Crises conjugais são aprofundadas quando a intervenção é feita por torcedores apaixonados, contaminados por posições anteriores

O diálogo confrontativo tem espaço – no devido tempo e da forma sensível e apropriada. Fazer pensar; discutir hipóteses; formular perguntas; ter sensibilidade pra jogar o jogo

Na mediação há implicações pessoais, conjugais, familiares e dos mediadores

Sempre é bom lembrar: Resolução de conflitos é processo, não um ato (Não se iluda achando que um diálogo, um encontro, uma oração resolverá num ato uma encrenca)

Abra-se sempre para ajuda profissional. Um processo terapêutico de casal é uma possiblidade. A intervenção de mediadores leigos, dependendo do nível da crise, pode adiar perigosamente uma aproximação ou até mesmo cristalizar uma separação

Ninguém é suficientemente preparado para estar no olho do furacão. Portanto, em briga de marido e mulher podemos meter a colher desde que de forma pro-ativa. Não se mete a colher em briga de conjuges que não permitem intervenção. Meter a colher não é o mesmo que meter o serrote. Concluo reafirmando que a superação de demandas da conjugalidade depende das partes. Mas o aprimoramento de mediadores pode resultar em acréscimos nos diálogos reflexivos entre casais permeáveis. By Geraldinho Farias & Marina

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