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Ilustração: Filipe Lima |
A pornografia é um
negócio poderoso e devastador. Causa dependência, desestrutura a afetividade,
desestabiliza a família e passa uma pesada conta no campo da saúde mental. Mas
o mais grave, de longe, é a estratégia de “desmitificação”do material
pornográfico. Eliminou-se o carimbo de proibido. Deu-se ao conteúdo
pornográfico um toque de leveza, de algo sexy e divertido. Na prática, no
entanto, a pornografia tem a garra da adicção e as consequências psicológicas,
afetivas e sociais da dependência mais cruel. Estamos assistindo às
consequências lógicas da liberação geral e da tirania do politicamente correto.
Criaram um inferno. Queixam-se agora, hipocritamente, das altas temperaturas.
Na era da internet
a pornografia invadiu computadores, implodiu relacionamentos e algemou muita
gente. A pornografia gera uma imagem cínica do amor e transmite uma visão da
sexualidade como puro domínio do outro.
Norman Doidge,
importante psiquiatra canadense, tem tratado do tema com clareza e realismo.
Mostrou, por exemplo, o que acontece no cérebro do consumidor assíduo de
pornografia. A