De um lado, o conselheiro e sua sagrada missão; do outro, o palpiteiro, “achista”, fofoqueiro, mexeriqueiro, bisbilhoteiro. E um oceano a separá-los. Há quem se achegue numa relação como aquele, mas na verdade, sendo este.
Aquele(a) que se aproxima com uma segunda intenção, sorrateira, de
ouvidos “despretensiosos” e intenções questionáveis, atraídos por burburinhos,
ruídos e circunstâncias críticas sobre a vida... alheia. Pensemos:
O conselheiro se limita e se cuida ao proferir – de acordo com o que a
circunstância lhe pede, ou, a pedido; quem acha, acha sobre tudo e
sobre todos e dá palpites alhures.
O conselheiro é respeitado por seus ouvidos. O Tramela, a Matraca, a
Matilde ou a Candinha são conhecidos por suas bocas.
O conselheiro é hábil observador - calcula sua participação, fala ou
presença: Ao medir sua contribuição, se vê necessário; fofoqueiros são dados a
achaques e inconveniências, rondando situações em que se convida, em que se
atribui importância; ao sobrar, se vê necessário.
O conselheiro nutre interesse sincero e inteiro, procurando proteger
intimidades, reputações e ser fiel às narrativas; o fofoqueiro demonstra
interesse seletivo – mormente o que pode exagerar e explorar como sendo o
conhecedor da causa (“você não está sabendo?”), à luz de sua (in)conveniência.
O conselheiro é cauteloso - ouve os lados envolvidos; o fofoqueiro é
apressado, ouve um lado, julga-o e passa adiante.
Um restringe-se aos envolvidos ou aqueles que podem intervir somando,
ajudando; o outro ocupa-se em generalizar, pulverizar a crise.
Um é discreto; o outro, inconveniente.
Um é mediador, negociador, aproximador, pavimentador; o outro é
ampliador de contendas, provocador de fissuras e obstrutor de relações.
Um é pelo controle da situação - em que por vezes trabalhe pela redução de
danos; o outro irresponsável, é pela danação.
Um é discreto articulador, às vezes imperceptível; o outro é o popular
sabe-tudo!
Um acompanha, assiste, se disponibiliza; o outro é caroneiro,
intrometido, invasor, corneteiro...
De um lado a catedral: Confissões, decoro e preces; do outro, o
botequim: Insensatez e estupidez.
De Salomão, nos Provérbios: "O homem perverso instiga a contenda, e o
intrigante separa os maiores amigos" (16:28)
"A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um
laço para a sua alma” (18:7).
“O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias
(21:23).
Por menos papparazzis e mais conselheiros! By Geraldinho
Farias
Maravilhoso meu amado. Vou repassar, pois foi simplesmente acertado.
ResponderExcluirDeus abençoe.
Pr Jorge Rodrigues - IPRD