quinta-feira, 16 de junho de 2016

O CONSELHEIRO E O FOFOQUEIRO

De um lado, o conselheiro e sua sagrada missão; do outro, o palpiteiro, “achista”, fofoqueiro, mexeriqueiro, bisbilhoteiro. E um oceano a separá-los. Há quem se achegue numa relação como aquele, mas na verdade, sendo este.

Aquele(a) que se aproxima com uma segunda intenção, sorrateira, de ouvidos “despretensiosos” e intenções questionáveis, atraídos por burburinhos, ruídos e circunstâncias críticas sobre a vida... alheia. Pensemos:

O conselheiro se limita e se cuida ao proferir – de acordo com o que a circunstância lhe pede, ou, a pedido; quem acha, acha sobre tudo e sobre todos e dá palpites alhures.

O conselheiro é respeitado por seus ouvidos. O Tramela, a Matraca, a Matilde ou a Candinha são conhecidos por suas bocas.

O conselheiro é hábil observador - calcula sua participação, fala ou presença: Ao medir sua contribuição, se vê necessário; fofoqueiros são dados a achaques e inconveniências, rondando situações em que se convida, em que se atribui importância; ao sobrar, se vê necessário.

O conselheiro nutre interesse sincero e inteiro, procurando proteger intimidades, reputações e ser fiel às narrativas; o fofoqueiro demonstra interesse seletivo – mormente o que pode exagerar e explorar como sendo o conhecedor da causa (“você não está sabendo?”), à luz de sua (in)conveniência.

O conselheiro é cauteloso - ouve os lados envolvidos; o fofoqueiro é apressado, ouve um lado, julga-o e passa adiante.

Um restringe-se aos envolvidos ou aqueles que podem intervir somando, ajudando; o outro ocupa-se em generalizar, pulverizar a crise.

Um é discreto; o outro, inconveniente.

Um é mediador, negociador, aproximador, pavimentador; o outro é ampliador de contendas, provocador de fissuras e obstrutor de relações.

Um é pelo controle da situação - em que por vezes trabalhe pela redução de danos; o outro irresponsável, é pela danação.

Um é discreto articulador, às vezes imperceptível; o outro é o popular sabe-tudo!

Um acompanha, assiste, se disponibiliza; o outro é caroneiro, intrometido, invasor, corneteiro...

De um lado a catedral: Confissões, decoro e preces; do outro, o botequim: Insensatez e estupidez. 

De Salomão, nos Provérbios: "O homem perverso instiga a contenda, e o intrigante separa os maiores amigos" (16:28)

"A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma” (18:7).

“O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias (21:23). 

Por menos papparazzis e mais conselheiros! By Geraldinho Farias

Um comentário:

  1. Maravilhoso meu amado. Vou repassar, pois foi simplesmente acertado.
    Deus abençoe.
    Pr Jorge Rodrigues - IPRD

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