Nenhum
outro sorriso desperta curiosidade, especulações, mistério, quanto o de Mona
Lisa (Da Vinci - 1503, Louvre): É inocente, maternal, triste...??? (Até Freud
interpretou-o como uma atração erótica do autor em relação a sua mãe).
Parece
que o sorriso some, de acordo com o ângulo do olhar. Há especulações sobre
possível doença facial. Podemos até discutir se há um sorriso, quão discreto.
La Gioconda estava sob angústia, sarcástica ou...???
Outro importante sorriso é o de Jesus de Nazaré. Sobre esta reação os evangelhos silenciam. Todavia os personagens canônicos não eram de cera, acrílico ou borracha. Foram humanos, como qualquer um de nós!
Os
evangelhos expõem o Cristo afeito à sociabilidade, convivência e celebração -
típicos da realidade oriental e Judaica, uma cultura religiosa de rituais
festivos - Pesach, Colheitas, Cabanas... Regadas à vinho e música - muita
música!
Certamente
em seus contextos, as parábolas invariavelmente convidavam a boas risadas -
como a do maluco que construiu uma casa sobre a areia ou do tio que acumulou
bens em celeiros mas de imediato partiu desta para, digamos, pior kkk
No
cinema são raras as descrições do Cristo sorridente. O Nazareno é caricato,
associado à dor, sacrifício e morte, não ao sorriso e alegria. Com raríssimas
exceções, como dO Evangelho Segundo Mateus (EUA, 1993) - Bruce Marchiano e The
Chosen (EUA, 2017) - Jonathan Roumie, avessos às estereotipias: Despidos de
sacralização e humanidades expostas; Cristos distendidos: Brincam, sorriem, interagem
sem ares divinos.
A
tentativa de associar o Cristo à rigidez antissocial e divorciá-lo da alegria
resultou numa religiosidade notadamente antipática. É didática uma
espiritualidade a partir de relatos que omitem o sorriso divino. By Geraldinho
Farias
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