terça-feira, 28 de março de 2023

O SORRISO DO CRISTO

Nenhum outro sorriso desperta curiosidade, especulações, mistério, quanto o de Mona Lisa (Da Vinci - 1503, Louvre): É inocente, maternal, triste...??? (Até Freud interpretou-o como uma atração erótica do autor em relação a sua mãe).

Parece que o sorriso some, de acordo com o ângulo do olhar. Há especulações sobre possível doença facial. Podemos até discutir se há um sorriso, quão discreto. La Gioconda estava sob angústia, sarcástica ou...???

Outro importante sorriso é o de Jesus de Nazaré. Sobre esta reação os evangelhos silenciam. Todavia os personagens canônicos não eram de cera, acrílico ou borracha. Foram humanos, como qualquer um de nós!

Os evangelhos expõem o Cristo afeito à sociabilidade, convivência e celebração - típicos da realidade oriental e Judaica, uma cultura religiosa de rituais festivos - Pesach, Colheitas, Cabanas... Regadas à vinho e música - muita música!

Certamente em seus contextos, as parábolas invariavelmente convidavam a boas risadas - como a do maluco que construiu uma casa sobre a areia ou do tio que acumulou bens em celeiros mas de imediato partiu desta para, digamos, pior kkk

No cinema são raras as descrições do Cristo sorridente. O Nazareno é caricato, associado à dor, sacrifício e morte, não ao sorriso e alegria. Com raríssimas exceções, como dO Evangelho Segundo Mateus (EUA, 1993) - Bruce Marchiano e The Chosen (EUA, 2017) - Jonathan Roumie, avessos às estereotipias: Despidos de sacralização e humanidades expostas; Cristos distendidos: Brincam, sorriem, interagem sem ares divinos.

A tentativa de associar o Cristo à rigidez antissocial e divorciá-lo da alegria resultou numa religiosidade notadamente antipática. É didática uma espiritualidade a partir de relatos que omitem o sorriso divino. By Geraldinho Farias

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