Assisti A Baleia (EUA - 2023), de Darren Aronofsky. Dar tela a
invisíveis sociais é uma das missões da 7ª. arte – aqui um obeso mórbido ilhado
por culpa e conflitos familiares.
O protagonista, Brendan Fraser, é perfeito: Charlie fala com seu olhar melancólico. Os coadjuvantes não ficam devendo. Hong Chau (Liz) oscila entre amiga fiel e enfermeira competente, mediadora nos relacionamentos conflitantes entre todos os personagens - deprimido e suicida, o professor tenta aproveitar seus últimos dias pra se reconciliar com a filha hostil (Sadie Sink).
Precisamos sobreviver à claustrofobia do roteirista, Samuel D. Hunter: O set é único - um apartamento pequeno, bagunçado, sujo e escuro, que denuncia com exatidão o espírito de seu morador. O conjunto salvou a obra de ser “dramalhão”: Nem sempre diálogos arrastados e ritmo lento equivalem a prejuízos no trama.
Reduzir o filme à gordofobia (sim, reforça o estereótipo) e homoafetividade, é não explorar suas nuances humanísticas: De não perdermos a convivência, tolerância, empatia e interesse pelo outro diferente, estranho, uma das nossas grandes fronteiras.
(Muitas vezes religiosos falham em ver o outro apenas como um adepto em
potencial. E só. Por isso, a crítica). By Geraldinho Farias
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