SUICÍDIO E MIDIATIZAÇÃO

Hannah Baker, personagem de 13 Reasons Why:
Bullyng, pressão de grupo e suicidio

A morte e o morrer constitui-se dos grandes tabus de nossa sociedade – ou até mesmo da civilização. Ao enfrentamos pandemia de suicídios e automutilação, a campanha “falar é a melhor solução” das corporações de saúde mental é uma estratégia ou contraofensiva para lidar com o fenômeno.

Hoje como nunca uma imagem fala mais que mil palavras. Não se ouve, não se lê: Se vê. O Smarthphone tornou-se uma arma mais potente que um AK 47 ou até mesmo uma ogiva nuclear: Está por toda a parte reportando, elucidando, gravando, flagrando, denunciando... Para o bem e para o mal. Nisto a midiatização – aspectos massividade e instanteidade – do fenômeno têm aberto portas, provocado discussões, e lançado luzes em famílias, escolas, igrejas etc.

Com a banalização das diversas formas de violência – desde bullyng e abusos verbais ao uso indiscriminado de armas de fogo ou armas brancas - algumas peças que circularam nas redes nos últimos anos, conspiram em favor da campanha:

A Netsérie “13 Porquês” (13 Reasons Why, da obra de Jay Asher – 2007) em 2 temporadas descortina os bastidores de uma escola e suas relações que vitimaram a personagem Hannah Baker; a adolescente descreve o que levou-a a atentar contra a própria vida em áudios de fitas k-7. Quais as responsabilidades dos pais, dos colegas, da Escola...???

Jogos de apps – cada vez mais usuais – como o Baleia Azul e a Boneca Momo, lançaram alertas sobre o papel dos pais e responsáveis em monitorar e filtrar o consumo de seus filhos nas telas. O primeiro jogo desafia 50 tarefas que culmina com um convite ao suicídio; o segundo é um golpe que envolve pressão, extorsões e ameaças... A morte está ao alcance de todos, desde os mais usuários-mirins!

O sucesso editorial da grife “Como Eu Era Antes de Você”, de Jojo Moyies (Me Before You (2012), em português, Intrínsica - 2013)  -  apresenta Will Traynor, 35 – CEO em Londres, rico, namorada perfeita, um aventureiro invejável. Até que o poderoso jovem sofre um acidente e perde os movimentos. Então, marca 6 meses para finalizar sua vida. Mas  Louisa Clark, Lou, de um vilarejo simples, trabalhava num café, cruza seu caminho e motiva-se a mudar o destino de Will... Nas livrarias e nas telas “Como Eu Era...” Inundou salas, circuitos, instituições sobre a glamourização do ritual suicida ou como devemos lidar com crises existenciais.

À medida que as diversas mídias e plataformas nos fornecem conteúdos-meios para dialogar ou como ponto de partida para grupos e públicos-alvos, esperamos que sejamos mais humanos e saibamos melhor manejar sobre tão tenso e desafiador tema.

Eis as diretrizes indispensáveis para jornalistas, de acordo com a OMS:

Instruções do que fazer quando cobrir suicídio:

Trabalhar em conjunto com autoridades de saúde na apresentação dos fatos.

Referir-se aos casos de suicídio como “consumado”, não como “bem sucedido”.

Apresentar somente dados relevantes, em páginas internas de veículos impressos.

Destacar as alternativas ao suicídio.

Fornecer informações sobre números de telefones e endereços de grupos de apoio e serviços onde se possa obter ajuda.

Mostrar indicadores de risco e sinais de alerta sobre comportamento suicida.

Instruções do que NÃO fazer ao cobrir suicídio:

Não publicar fotografias do falecido ou cartas suicidas.

Não informar detalhes específicos do método utilizado.

Não fornecer explicações simplistas.

Não glorificar ou fazer sensacionalismo sobre o caso.

Não usar estereótipos religiosos ou culturais.

Não atribuir culpas.

Quase sempre não sabemos como lidar ou manejar, mas as informações são compartilhadas e, esperamos avançar nesta causa. Neste Setembro Amarelo, reedito aqui alguns apontamentos sobre a campanha:

Sim, falar é a melhor solução.

Disponha-se a ouvir sem censuras aqueles|aqueles que estão sofrendo

Ao reconhecer indivíduos sob crises limítrofes – angústia, dor, transtornos – encaminhe-o a um profissional de saúde mental como um psicólogo e|ou psiquiatra.

Ante comportamentos suspeitos ou estranhos de depreciar a própria vida, ameaças e declarações de sumir e até mesmo desfazer-se dos pertences... Procure ajuda no CVV linha gratuita 188.

Não sabemos tudo, não acertamos sempre. Mas: Sempre podemos ajudar em algo. By Geraldinho Farias

Comentários

Postagens mais visitadas