quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

SÉRIE: NATAL - QUANDO O PRESENTE É A PRESENÇA

Um presente não supre ou compensa a ausência
de um Pai. PC e Benício, Campinas|SP

(Esboço) Continuamos a série sobre o Natal. A revelação do Deus encarnado pode ser resumida pelo extraordinário e gracioso fenômeno da presença de Deus: Quero recordar os verbos de ligação, aqueles que aprendemos no Colegial – Ser, estar, permanecer, continuar e ficar. E usá-los para descrever o fenômeno do que ocorreu na Natividade ou, concluir que devemos agradecer não somente no Natal mas além dele, sempre, um Deus que é, está, permanece, continua e fica. E isso pode ser constatado ou reconhecido através da história se tão somente evocar neste espaço o que implica a presença de Deus:

1. Moisés e os Hebreus A experiência da Sarça Ardente – Yahweh se apresenta (Ex 3: “Eu Sou o que Sou”). Ele diz que tem visto a aflição do Povo – não

está distante ou ausente, mas... Presente!

A Jornada do Povo de Deus à Terra da Promessa: A presença de Yahweh se faz através da provisão diária – nada mais presente do que que proteger (Faraó), suprir e sustentar (maná, água...) e ser visível, patente: Coluna de fogo à noite, nuvem de dia.

2. Os Patriarcas – Abraão, Isaque, Jacó, José... O enredo de como Yahweh se faz presente soberano, guiando, revelando e dando triunfo. “Eu sou sou o Senhor de Abraão, Isaaque e Jacó” é repetido à exaustão para que em cada sucessão ou etapa confie no Deus fiel às gerações dos que foram por Ele escolhido.

3. O Rei Davi Poderia selecionar diversos episódios para mencionar a presença de Yahwh; na Sua escolha contra todos os prognósticos; nas sucessivas vitórias sobre os inimigos – o leão, o urso, Golias... Mas compartilho a expressão do mais popular dos poemas: “Porque tu estás comigo”; o cerne do Salmo 23, entre momentos bons (pastos verdejantes, águas tranquilas) e dramáticos (vale da sombra da morte). Davi reafirma a Sua presença!

4. Os Profetas De um vasto repertório de episódios, Yahweh revela-se fiel no cumprimento de Sua palavra. Poderia citar a provisão miraculosa para Eliseu (I Rs 17), quando sustentado por corvos; Daniel nas chamas de uma fornalha (Dn 3) ou na cova dos leões (Dn 6) Suprimento e proteção são manifestações de um Deus presente.

5.  O Natal O Evangelho singular de João inicia com “e o verbo se fez carne, e habitou entre nós” ou, “virou gente e habitou entre nós” (Jo 1.14). O Natal, pois é a materialização da presença do Deus agora encarnado em Jesus Cristo.

Mateus evoca a profecia: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe... E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.

Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.

(Mt 1:18-23). A encarnação do Sagrado em Cristo é a definitiva prova de Sua graça: “Não te deixarei, nem te abandonarei” (promessa a Josué (1.5) e reafirmada no Novo Testamento (Hb 13.5).

Jesus no último diálogo com os discípulos antes de sua assunção aos céus,  insiste: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28.20). Mas, antes, prometeu o Parákleto – No AT era transitório; No NT é uma presença definitiva: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos...” (Jo 14:16-18). O Santo Espírito não é visitante, é hóspede e companheiro definitivo!

APLICAÇÃO

O Natal fornece vários motivos de gratidão. Mas, especificamente e especialmente, louvemos a Deus primeiro por ser Ele Deus da gente, entre nós, e além, ser Deus dentro de nós!

A Teologia descreve os atributos do Sagrado, mas o que é denunciado na história e que culmina com o Natal é a presença de Deus em Cristo: Sua companhia, sinônimo de segurança e valorização de cada um de nós, os que crêem.

Se o inferno é o banimento, o apartamento definitivo da presença de Deus – e não precisamos descrever a dor, o sofrimento, apenas imaginar do que seria uma pessoa longe eternamente de Deus, o céu é, pois, Sua presença: Porque a vida eterna é a intimidade com Ele – “e a vida eterna é que te conheçam a ti como único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem inviaste” (Jo 17.3).

Percebemos o quanto um presente pode ser dado como compensação de uma ausência. A celebração do Natal é um presente bem presente: Presente como pessoa – Deus, Jesus e o Espírito Santo, e presente como dádiva a ser reconhecida e recebida pela fé. By Geraldinho Farias

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