Somos banais. Quase sempre. O umbigo do mundo sou eu.
Alguns psicólogos, oportunistas ou desesperados, começam a suspeitar que o narcisista seria uma forma de evolução condicionada pela sobrevivência na solidão.
Num mundo veloz e líquido, o narcisismo parece ser um destino. E na democracia, todo mundo tem opinião sobre tudo. Enquanto isso ficava contido nas paredes de nossa solidão, não passávamos vexame. Agora tudo mudou.
O ruído das redes sociais revela nossa banalidade solitária aos quatro cantos do mundo. Perdemos a vergonha.
(...)Para além da tagarelice hoje, o sentimento de invisibilidade é avassalador. As redes sociais são o paraíso das almas irrelevantes.
Isso não quer dizer que as redes não tenham utilidade no mundo. Seu ridículo não nasce de sua inutilidade, mas sim do fetiche de achá-la um avanço pra "felicidade". O fetiche aparece quando pessoas tem orgasmos achando que as redes tornam manifestações na Paulista ou na Síria marcos do avanço democrático. Causas do Face são a marca da irrelevância no séc. XXI.
Ou quando fetichistas das redes sociais imaginam que elas
preenchem o vazio do mundo. De certa forma sim, quando a realidade nos é
insuportável...
Numa vida em que os vínculos são cada vez mais difíceis porque as pessoas são
cada vez mais chatas, afogadas em seus pequenos direitos, as redes sociais
podem ser a única amiga disponível no mercado dos egoístas". By Luiz
Felipe Pondé - 19/11/15 (Geoviewinfo: Canhão Abandonado, Cuamba - Moçambique)
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