quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"MEU DIVÓRCIO" - CONFISSÕES DE UMA MULHER LIBERTA


Nos casamos há mais de 5 anos. Reconheço: Com o tempo ele foi ficando cada vez mais sofisticado, cheio de qualidades. Estávamos sempre juntos. É tudo o que uma mulher sonha. Todos diziam que andávamos agarradinhos. O acariciava com delicadeza, era prazeroso tocá-lo. Uma boa relação se vive com jeito, não com força.

Conversávamos sempre numa interação perfeita. Fosse na intimidade ou em público,
nos entendíamos. Era rápido em solucionar problemas. Por exemplo, invés de sair pra pagar algo no Banco, ele o fazia por mim.

Isso irritava até mesmos os amigos mais próximos. Diziam pra dar um tempo, pois essa relação estava me sufocando, ficando doentia. Verdade, não podia viver sem ele. Muitas vezes achei que era inveja mesmo – quantas mulheres gostariam de ter um companheiro como o meu ou até mesmo o meu!? Em todos os lugares que estávamos chamávamos a atenção. Percebia que minhas amigas queriam vê-lo. (Ou até mesmo tocá-lo...) Um par perfeito: Éramos "grudes".

Quando você tem algo tão lindo, precioso, não dá pra tirar o olho, não acha? Algumas diziam que eu viva exibindo-o. De fato, me "achava": Sempre assumi nossa relação - não escondia, não!

E o mais importante: Ele carregava em sua memória momentos inesquecíveis. E sempre compartilhávamos. Foram experiências de alegrias e realizações. Tem gente que reclama do parceiro, que não evolui. Ou da relação que cai na rotina. Nunca tive esse problema: Ele sempre se mostrava atual, surpreendia, se reinventava!

Mas, o que parecia perfeito... Começaram as crises!

Nestes últimos meses percebi que ele me chamava a todo o instante. Você pode dizer que é o sonho de toda mulher, ser procurada. Claro, eu sempre correspondi. Mas os chamados eram constantes. Avisos. Recadinhos. Manifestações públicas. No começo não me incomodava. Mas...

...Passei a viver o drama de ver minhas filhas se distanciando de mim. Quando brigávamos diziam: "Você só dá atenção à ele!", "Você não tem tempo pra gente!" E: "É tudo ele, sempre ele, não larga dele!"... Não aguentava ter que explicar que elas também eram importantes. Que eu as amava. Mas, ficou insustentável...

Percebi que meu parceiro tava me tomando toda e o tempo inteiro. Já não dialogava com minhas filhas. Brincar com elas fazia tempo não acontecia. E quando brincava, achava que envolvendo a todos iria resolver. Dava o que tinha de melhor e mais precioso a elas: "Vamos, divirtam-se!" Ele, sempre, o centro das atenções - todas em volta dele. Mas... A verdade é que minhas filhas e eu nos sentíamos estranhas. Estávamos longe. Havia um fosso entre nós enquanto ele me ocupava total e exclusivamente, todo o tempo. Aí decidi: Vou me separar!

Essa é uma decisão muito, muito difícil. Senti muito por alguns dias. Sofri até muitos dias. Talvez sinta por meses. Mas, tinha que tomar uma decisão: MINHA FAMÍLIA OU...


...MEU SMARTPHONE!!!

Com o divórcio voltei pra casa. Não sem antes pedir perdão por tanto tempo sonegado. Agora dou tempo de qualidade para minhas filhas e pro meu marido. Quando em casa, ou com eles, meu tempo é sagrado. Nada melhor que ME DAR a eles. Sem interferências. Sem um intruso a nos apartar.

Hoje manipulo meu Smartphone, não o contrário. Vivo com ele, não POR ou PARA ele. Relação amistosa, não como uma dependente. Uso-o, não sou usada. Não o tenho como "membro" da família. Valeu a pena: Estou liberta! Minha família agradece. By Geraldinho Farias

4 comentários:

  1. Esse é o tipo de divórcio precisa aumentar; justamente para que as pessoas se aproximem, se relacionem de verdade.

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  2. O saudoso Pr. Rubens Lopes recebeu em vida uma acusação de sua esposa que ele a traia com outra ... a igreja será que nos pastores tambem não somos infieis as nossas familias por causa da outra ...a igreja...precisamos refletir sobre este assunto.

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    1. De fato, realidade assustadora. Também mediei uma crise conjugal onde a esposa deu o ultimato ao marido: "Eu ou a igreja!" Foi difícil convencer o rapaz de suas prioridades... Grato pela apreciação.

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