Muito se alardeia
sobre o aquecimento global. Há movimentos em todo o mundo que anunciam um
cenário apocalíptico – emissão de CO2 crescente, queimadas desenfreadas,
desmatamento em alta escala o que tem aumentado a temperatura da terra e
derretido geleiras nos polos.
Conferencias mundiais são realizadas como a Rio/92, Kioto/97 e recentemente Kopenhague/09. Nações desenvolvidas e poluidoras são cobradas por ativistas,
especialmente a ONG Greenpeace.
Conferencias mundiais são realizadas como a Rio/92, Kioto/97 e recentemente Kopenhague/09. Nações desenvolvidas e poluidoras são cobradas por ativistas,
especialmente a ONG Greenpeace.
Paralelo a este
cenário, denuncio o fenômeno que denomino “esfriamento global”. Ainda que
tenhamos prognóstico que os últimos dias seriam “dias difíceis”, em que “muitos
apostatarão da fé”, o esfriamento tem sido crescente, atingindo pessoas,
famílias inteiras e comunidades. E deve ser objeto de nossa resistência.
Hábitos simples,
como reunião de famílias tem sido deixado de lado. Familiares se encontram cada
vez menos. Aponta-se a “falta de tempo”, afazeres cotidianos etc. Cada família
deveria pelo menos nalgumas vezes por ano alimentar e sacrificar compromissos pessoais
pela saudável reunião fraternal em e entre famílias.
Comunidades
cristãs tem apostado cada vez mais na elaboração de programas. Eles devem
acontecer, mas, não substituem a vivência, convivência. Eventos devem, sempre,
ser meios e não fins em si mesmos. E os líderes devem avaliar o quanto
atividades-meios resultam na vivência fraternal da comunidade. A louvação dá o
tom em detrimento da qualificação relacional das famílias e do investimento
missionário. Deveríamos viver aquela sem relegar estas.
As redes sociais
são menos “sociais”, nunca espirituais, e mero entretenimento. A conexão
virtual tem assumido uma importância que, invés de aproximar, tem apartado cada
vez mais as pessoas, afinal, um acesso através da fibra óptica jamais deve
substituir uma vivência. Se seu amigo está celebrando aniversário e, a primeira
idéia que lhe vem à mente é o click “curtir”, então, você sucumbe à
fragmentação. A primeira iniciativa deveria ser o abraço; na impossibilidade,
uma ligação – ao menos a voz; mas, um click tem sido a única, distante e
superficial manifestação.
As camaradagens
vivenciais tem sido substituídas por clichés religiosos, rituais e “coreografias
de adoração”. A philadelfia é antes uma retro-alimentação recíproca de vivências
boas e ruins. A partilha, segundo o Cristo, é o verdadeiro sintoma da koinonia. É via de mão-dupla. Não deve
ser amizade onde só um lado ganha. Não devemos sonegar o abraço, sabotar a
alegria do outro. “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que
choram”. O que tem sido mais difícil: Alegrar-se com os que se alegram ou
chorar com os que choram? Em ambientes cada vez
mais materializados, coisificados e de “relações líquidas” a alegria pela
alegria alheia tem sucumbido a comparações, invejas e que tais. Voltemos à
simplicidade do Evangelho!
“A
fé vem pelo ouvir a Palavra”. Mas, se a prédica tem sido pálida, superficial,
sem fundamentos bíblicos, o resultado é a anemia, palidez espiritual. Discursos
generosos de quem não confronta, não norteia, não intervém através da pedagogia
bíblica na vida das pessoas tem gerado religiosos (d)eficientes ou tecnocratas
da fé. Mesmice e rotina não desafia, não motiva, não lega iniciativas e
avivamentos. Quando o amor do Cristo não mais constrange, nossa missão é
esquecida.
Catequizar
para adesão é diferente de doutrinar para a vida. Um “adepto” da igreja é
diferente de um novo convertido cuja vida está sendo revolucionada por sua
convicção; a prova está na vida nova, conduta e pensamentos novos! Doutra forma
irá abandonar a grei achando-se “crente não-praticante”...
Ativismo
vazio, produtividade x piedade fraternal, ser e viver igreja. Indiferença x
diferença na sociedade. Eventos, programas, cardápio urbano x igreja,
comunidade missionária. Entretenimento para ocupar x Evangelismo para
transformar. “Há caminhos que para a igreja parece direito, mas seu fim são os
caminhos do esfriamento”. Não viso esgotar o tema. O esfriamento global é flagrante no arrefecimento da missão: A plantação de congregações, embriões de igrejas está em franco declínio em muitas regiões. Há retração – no (cada vez menor) Grande ABC, região que vivo, a organização de igrejas/ano nas últimas décadas constrange. Lares qual freezers; instituições quais Antártidas, num inverno permanente. E me confesso, vítima. Fica aqui uma denúncia e confissão. By Geraldinho Farias
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