terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O AGAPE NA LIDERANÇA

A vivência do Fruto do Espírito (Gl 5.22,23) é imprescindível para uma liderança bem sucedida. “Mas o Fruto do Espírito é Ágape...”, o Amor de Deus. Uma virtude original e maior, causadora, motivadora de outras oito virtudes consequentes. É como um trem: O vagão maior, frontal e motorizado, puxa e direciona os demais vagãos nos trilhos da vivência entre o líder e seus liderados.

O Fruto contrasta com as Obras da Carne (Gl 5.16-26). Sendo esta, “da carne”, e aquele, “do Espírito”. Visto ser a natureza de Deus (I Jo 4.8). O exercício extraordinário de dons, a fé operosa, a generosidade ilimitada e o martírio admirável são vazios, inúteis, sem a vivência e a motivação do Ágape (I Co 13).

Este amor distingue-se do eros (entre homem/mulher), do storgé  (entre familiares) ou do philia (entre amigos). O Ágape ou Agape é o amor de Deus!

Na comunidade cristã é a bondade invencível, a boa vontade insuperável. A busca do sumo bem do próximo, não importando seu estado ou reação; independente do mérito. O Bem-querer espontâneo, incondicional, inteiro. O amor humano comum é uma uma resposta sentimental, automática, relaciona-se em recompensa, gratificação. O Ágape é algo a ser desejado pela vontade. Uma constante vitória sobre o eu! Não é auto-centralizado, mas outro-centralizado. O outro é o foco.

Na visão paulina (Paulo, apóstolo) tudo começa pelo amor de Deus, porque é Deus de amor (I Co 13.11); é o amor de Cristo (Rm 8.35,39); foi derramado no crente (Rm 5.3ss); é inseparável (Rm 8.35ss); excede o entendimento (Ef 3.19); estimula a amar como o Cristo (Ef 5.2); é associado à fé (Ef 1.5, 6.23; Cl 1.4); é a atmosfera da vida cristã (Ef 5.2); é a motivação legítima (I Co 16.14); é o controlador da liberdade cristã na relação com os mais fracos (Gl 5.13 e Rm 14.15).

O Fruto pode ser descrito como três “cachos”: O interior -  alegria e paz; para os relacionamentos: Paciência, benignidade e bondade; e conduta pessoal: Fidelidade, mansidão e domínio próprio. Refere-se ao caráter do líder:  Evidencia sua espiritualidade e maturidade. (Em Corinto apesar da explosão espirituosa na prática dos dons, faltava a vivência do Fruto: “O mais importante é o Ágape”, concluiu o Apóstolo).

As virtudes do Ágape (“As Obras da Carne e o Fruto do Espírito” – William Barclay, Vida Nova/1985):

Chara = “Alegria”. NT: “alegrar-se” e “alegria”, mais de 130 vezes. Na saudação: “A  alegria seja convosco!”(Mt 28.9; At 15.23;Tg 1.1). Atmosfera distintiva da vida cristã: Rm 14.17; Fp 3.1, 4.4; I Ts 5.16.  Alegria e aflição juntas: Pedro e João, ameaçados, se alegraram por serem perseguidos por causa de Jesus (At 5.41). Perseguição e alegria em Antioquia(At 13.52). O Evangelho trouxe tribulação e alegria à Tessalônica (I Ts 1.6).

Eiréné = “Paz”. AT: prosperidade, saúde. NT: O relacionamento certo entre o homem e Deus. Provém de Deus (Fp 4.7). É o novo relacionamento na igreja, no lar, entre as pessoas.

Makrothumia (Makro = longo, grande) = “Longanimidade”. É a paciência longa. Tolerância que não reage às injúrias. Resposta do líder à provocação. Não se apressa em retribuir o mal recebido. É a base do perdão.

Crésthotés = Benignidade. Variáveis: Bondade, generosidade, graciosidade, doçura. “É a gentileza simpática de gênio que deixa os outros à vontade e recua ante a idéia de provocar dor” (Plummer).

Agathósuné = Generosidade que brota do coração que quer o bem. Querer “o” bem. É a bondade magnânima.

Pistis = Fé. A fidelidade do servo. Confiança, lealdade. Descreve o fiel “até a morte” por Jesus, em cuja palavra podemos confiar sem reservas.

Prautés =  Força e suavidade. Variáveis: Mansidão, tolerância, humildade. Ação de quem acalma o outro em estado de ira; ungüento que alivia a dor de uma ferida; delicadeza na conduta; descreve o caráter em que  força e delicadeza são combinadas (praus é usado para designar animais que foram adestrados, que submetem-se ao controle). Modéstia, equilíbrio - antônimos de agressivo, beligerante. O faltoso deve ser corrigido com o espírito de prautés (Gl 6.1); correção para a esperança e não para o desespero. O pastor deve instruir com prautés aos que se opõe a ele (II Tm 2.25). Ver  Jesus: Mt 11.28ss.

Egkrateia = Autodomínio, temperança. É o domínio próprio para vencer os impulsos pecaminosos, prazeres do mundo.

Parafraseando Paulo: “Ainda que eu falasse a língua dos gestores e dos CEOs... Ainda que eu estudasse as eficientes estratégias para liderar equipes... E ainda que conhecesse todas as ferramentas e técnicas... E até fosse um coaching que dá a vida por seus liderados... e não tivesse o Ágape, isso seria inútil e vazio”. By Geraldinho Farias 

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