Jovenzinhos e jovenzinhas estão se casando em grande número, como nunca dantes. Igualmente à profusão de casórios, está o recorde de separações. Ainda muito imaturos para experiências confrontativas como a conjugalidade, decidem sob a avalanche de “casamentos” e casamentos, partirem para uma aventura a dois. Está muito, muito fácil casar. Vamos pensar sobre alguns aspectos que nos chamam a atenção na explosão de enlaces matrimoniais:
Critérios de
escolha. Conhecer bem um rapaz/moça numa vivência relacional já não é algo
tão importante. O aval seguro da família, a alegria das pessoas da igreja, as
etapas compartilhadas, um tempo de relacionamento considerável, já não faz
parte do cuidado em escolher o conjuge. A escolha do par é simplista: A
aparência dá o tom, a estética está acima da conduta, da confissão de fé e
outros requisitos outrora importantes. Em escala crescente estão os pares
formados à distância, pela internet.
Amigos, pastores, conselheiros e líderes de uma comunidade que, teoricamente
funcionariam como filtros ou semáforo na missão de mentores para confirmar ou
alertar sobre riscos de uma relação perigosa, em muitos casos são ignorados.
Mesmo a mais honesta e legítima pessoa que se aproximar do futuro casal,
receberão o pouco interesse ou a indisfarçada indiferença. Serão atropelados
pelo “ninguém tem nada a ver com a nossa vida” – máxima, aliás, que contraria
frontalmente o cristianismo. Não se apresenta o candidato a cônjuge para
estudar possibilidades, refletir antes de dizer "sim". Comunica-se,
apenas: “É este”. Comunicar é diferente de conversar sobre. É a proteção à
interferência. Nos casos em que o "pombinho" é advertido sobre riscos
e precipitações, dá de ombros. Muitos concordam, mas tomados pela paixão
seguem, resolutos, na desobediência.
(Falta) Projeto de vida. Para os meninos o “sonho de consumo” é o carro.
Depois, o som, as rodas etc. Para muitas meninas, influenciadas pela
mídia, a paixão. A vida não é o encontro surreal entre Barbie e Kan. Muitas não
estudam, não se preparam para a vida. Casar e começar a vida numa edícula, nos
fundos da casa dos pais é convidativo atalho. Na clínica, encontramos casais
desajustados, sob permanente conflito, imaturos para compreensão de diferenças.
Não sabem elaborar um orçamento, estabelecer prioridades. Candidatos ao
divórcio. E muitos deles já na condição de pais!
Tentativa e Erro. Casamentos, separações e re-casamentos reforçam a tese do “se
não der certo, separa-se”. Assim, como se substitui um aparelho celular que não
funciona a contento. Casar virou jogo de tentativa e erro. “Vamos tentar. Não
deu, não deu: Tenta-se de novo...” É impressionante como as pessoas relativizam
tão augusta instituição, ápice da vivência humana. (Existe até a “festa do
divorciado”: O descasado convida os amigos para uma balada em que ritualiza a
“libertação” da parceira e celebra sua disponibilidade. A indústria da festa
está fazendo a... festa.)
Compatibilidade religiosa. Hoje assistimos a modernas versões do “jugo
desigual” – originalmente seria a união do crente com o incrédulo (II Co 6).
Crentes dão de barato a união de um cristão “tradicional” fundamentalista com
um “pentencostal” neurótico - só pra ficar num exemplo com enfoque na religião;
casais topam servir a Deus em igrejas separadas (!!!), com filhos divididos e
confusos. Racionalizam: Times iguais, gênios parecidos, aspirações próximas, carreiras
congêneres, tem que ser, denominação e experiência religiosa comum, não
necessariamente. Questiúnculas como as citadas não há problemas. Mas a decisiva
vivência na mesma igreja para, juntos, servir e submeter-se a uma mesma
orientação de valores, é dispensável! (Diferenças frontais deveriam ser objeto
de negociação prévia, antes do casamento – com um dos pares
cedendo/aderindo/convivendo e ajustados numa mesma experiência, pelo/para o bem
da família. Mas, isso é uma questão menor.)
Inversão de valores. Noivos preparam-se exaustivamente, de-ta-lha-da-mente,
para a cerimônia de casamento, não para a conjugalidade. Convidados,
roupas, buffet, traslado, filme/foto, lua-de-mel etc. Nada pode dar
errado. O ritual religioso é apenas parte de um show. São 400 dias de
preparação, 4 horas de festa e 6 meses de dívidas. Não se preparam para a vida
matrimonial, mas para "o espetáculo". Casais fazem fila na Clínica de
Psicologia, assustados com os primeiros enfrentamentos ainda na pós-lua-de-mel.
Nenhum desses critérios em absoluto asseguram o sucesso da empreitada. Mas, num
mundo em que as relações se desfazem aos montes – foram mais de 351 mil
divórcios somente em 2010 - certos cuidados oferecem mais segurança. Quanto
mais indicadores, melhor. Muitos dirão: “(alguns casais) Tinham tudo isso e deu
errado”. Diremos: “Os que dão certo, certamente observaram esses aspectos”. Mas
há muitos jovens pagando pra ver.
"Casar" está, de fato, cada vez mais fácil. Com uns $ 20 mil reais
pra promover o "sagrado" espetáculo, parte financiada por pais que
não interferem, não orientam, apenas financiam – e padrinhos escolhidos a dedo
pra dar os móveis mais caros, tá fácil. "Casar" – isto é, escolher
alguém que topa, e oferecer um "conto de fadas" financiado à
patuléia, é só querer - use o cartão de crédito e se case em 6 vezes, facinho
assim... A seguir, não perca o conteúdo “Casar Nunca foi Tão Difícil”http://lideralpinista.blogspot.com/2013/01/casar-nunca-foi-tao-dificil.html?spref=bl.
(* Imagem de Izan petterle). By Geraldinho Farias & Marina Farias
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