quarta-feira, 6 de junho de 2012

DEMÓSTENES, ALUNO DOS FARISEUS

O Senador Demóstenes Torres (DEM/GO) surgiu como uma daquelas gratas exceções da política. Fez carreira nas estâncias da justiça em Goiás, chegando ao Senado como expoente da oposição. Exímio conhecedor das leis, sua atuação no Congresso logo ganhou destaque nacional como paladino da ética e da moral. Atuou com veemência contra colegas que incorriam em desvios, quebra de decoro e envolvimento em atos de corrupção, seja na tribuna ou em CPIs.
       
Demóstenes foi aclamado no  início do ano como possível candidato do DEM à presidência da República, afinal, havia ganho o respeito de seus pares – tanto da
oposição quanto do governo, visto por setores da imprensa como parlamentar irrepreensível. Vieram, então, as denúncias envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira – contraventor com negócios escusos em todas as instâncias do poder...

Grampos da Polícia Federal foram divulgados e, para espanto de todos, Demóstenes Torres aparecia nos diálogos, ao que tudo indica, como parceiro, protetor, cúmplice do bandido, pra dizer o mínimo. Demóstenes neste mês enfrenta a CPI do Cachoeira, sendo investigado e julgado por colegas que conheceram seu rigor – o “feitiço contra o feiticeiro”, às vésperas de ser caçado por quebra de decoro.

Hipócrita é aquele que interpreta um personagem. Mostra-se um, mas de fato, é outro. Dissimulado. Lobo em pele de cordeiro. Agente duplo. Demóstenes é motivo de uma decepção proporcional à admiração que conquistou. Re-alimenta o desencanto do povo em relação à política e aos políticos (“são farinha do mesmo saco”, dizem as ruas). É preciso atentar para as lições do ex-Demóstenes...

Muitos cristãos vivem no cinismo: Afirmam nos hinos de adoração que Deus é o Senhor, mas na prática, esse mesmo Deus não manda em suas vidas. Afirmam: “Tudo o que tenho e tudo o que sou são Teus”, mas não entregam o dizimo, ofertas. Não se apresentam ao serviço. Dão o resto, quando dão algo do tempo, dos bens, da saúde.
Personagens de si mesmos, aparentam na Igreja o oposto ao que são em suas casas – que testifiquem sobre suas intimidades suas esposas e filhos! Mentem, fraudam, enrolam, traficam e odeiam. Mas são crentes, usam a Bíblia e vivem permanente “propaganda enganosa”. Na frente sorriem e elogiam, pousam de amigos/irmãos mas por trás detratam violentamente a igreja, o ambiente de trabalho e seus líderes. Por fora, bela viola; por dentro...

Afirmam o “sim” da conveniência, quando de coração, seriam do “não”, se fossem verdadeiros. São agentes disfarçados, dissimulados, duas-caras, da noite. São piratas. Anfíbios - vivem em dois ambientes. Este tipo Demóstenes está na igreja, no trabalho, na família. Tal representação pode ser indício de um transtorno mais grave - boderline, bipolar...

Sejamos da luz e do dia (I Ts 5.5). Sejamos praticantes, não apenas ouvintes da Palavra (Tg 1.22). Não há nada encoberto que não seja revelado (Lc 12.2). O Farisaísmo do Séc. XXI é tão nocivo quanto os que Jesus combateu (Mt 23.27). Está aí uma das razões pelas quais o evangelho não faz diferença no país. Esses clones de pseudo-cristãos são um entrave ao avanço missionário. Uma rocha... mas de tropeço! Crentes que precisam de conversão.

O político Denorex é mais uma prova que "nem tudo o que reluz é ouro"; "as aparências enganam"; e um dos dons mais preciosos nos últimos dias é o dom de discernimento (I Jo 4.1). Viver em transparência e honestidade é o grande desafio das relações humanas! By Geraldinho Farias

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