Tem cara, peso,
roupa, fios de Bb, mas é uma réplica hiper-real de silicone e outros materiais.
Os reborns (“renascidos”), viraram trend em todo o mundo - brincadeira séria
para todas as faixas-etárias. Há quem simule partos, rotinas higiênicas,
correspondendo ao espantoso realismo dos bonecos. Para além do lúdico os
reborns representam relações emocionais concretas, afetos, cuidados, para com
filhos legítimos.... Não surpreende as curiosidades, juízos e discussões sobre.
Virais expõem perfis das cuidadoras: De meras colecionadoras - uma forma de controle, mulheres impedidas de gestação – maternidades idealizadas, enlutadas, a até as que excedem, não discernindo o real do imaginário.
Diversos objetos ao
longo do nosso desenvolvimento possuem funções simbólicas – como os
transicionais (paninho, “naninha”, ou bichinho - Winnicott) e podem estimular
elementos da personalidade inibidos ou desenvolvimento cognitivo.
Em adultos há
benefícios. Mas há os limites de que, sob extremo, sejam a falsa ilusão do
substituto nas relações humanas, ainda que a suposta compensação ocorra também
com animais e outros objetos. A moda é sintomática se adultos possuem
dificuldades na construção e manutenção de vínculos reais, se os possuem como
substitutos, ou se se isolam excessivamente do real como negações ao lidarem
com vínculos, perdas e frustrações.
Os Reborns há
tempos compõe a terapia com autistas, depressivos, ansiosos e funções
terapêuticas num contexto de acompanhamentos psicológicos de mães enlutadas. O
fenômeno implica o afeto, solidão, perda e os vínculos no Séc. XXI. Nem tudo
deva ser automaticamente patologizado. Um reborne pode estar ajudando no
enfrentamento de sofrimento, solidão, dor, no valor simbólico para seu
cuidador.
(Sintomático:
Parece menos difícil se relacionar com objetos inanimados ou animais, que com
alguns tipos de humanos.) Atenção: Assim como relacionamentos tóxicos entre
humanos os reborns baratos, piratas, “paralelos” ou fakes podem intoxicar
pessoas.
(Imagem: Copilot) By Geraldinho Farias
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