Recentemente o Padre Fábio de Mello voltou a afirmar o persistente enfrentamento do processo depressivo. Ainda é surpreendente quando religiosos assumem a doença ou qualquer outro transtorno psíquico.
A fé ou religiosidade não blindam pessoas do adoecimento; não há vírus, bactérias ou condições que afetem de forma seletiva. A Depressão é democrática: Atinge crentes e ateus; quem usa batinas e túnicas; equedes e axós; quipás e talits; kanduras e gahfiyas. Ministros religiosos não possuem “imunidades” contra adoecimentos e transtornos mentais, muito pelo contrário...
O popular Padre Marcelo Rossi em 2013 foi diagnosticado com Código F32 do CID (Classificação Internacional de Doenças, referência para a Organização Mundial da Saúde). Ele, até então – pasmem! - considerava o processo depressivo um “vitimísmo”: "Durante 19 anos, ajudei pessoas com depressão e achava frescura, até que aconteceu comigo... Mas com fé, oração, exercício e ajuda profissional pude vencê-la".
Assim como padres, 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão (OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde). O Brasil é líder de prevalência na América Latina (OMS - Organização Mundial da Saúde) - 5,8% da população, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros. Um estudo epidemiológico do Ministério da Saúde revela que nos próximos anos até 15,5% da população poderá sofrer de depressão ao menos uma vez ao longo da vida.
Quando padres (e também celebridades) “saem do armário” do adoecimento psíquico, prestam relevante utilidade pública, dessacralizando esse perfil específico - padres, pastores/as, rabinos, imãs, Pais/Mães de Santos... Gente como a gente! (Imagem: Jun2017) By Geraldinho Farias
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