terça-feira, 27 de janeiro de 2015

UMA DIETA PARA NEURÔNIOS

Chaplin in Tempos Modernos, de 1936.

Decidi por uma dieta. Aqui, algumas iniciativas:

Menos rede social. Afinal, a rede é “social” – não é afetiva, não é espiritual, muito menos biológica como soi acontecer... A Rede no devido lugar. Não atribuir a importância que muitos dão. É mais entretenimento e comunicação. Facebook não é ligado ao meu SNC - Sistema Nervoso Central, como numa extensão cerebral.



Facebook não é diário como muitos o fazem – não dá pra informar em tempo real minha vida. Miserável seria se minha vida coubesse nalguns megapixels. A vida é mais que isso. "Nem só de curtidas viverá o homem".

Facebook não é divã – como muitos o fazem: Desabafos, indiretas, catarses. Mantenha-se a noção. O bom-senso, o juízo. “Dietado” prá não ser deletado.  Haverá parênteses, hiatos de Facebook.

Dieta dos presentes. Não serei pautada pelo comércio. Presente no Natal, não obrigatório; não homenagearei noiva e mãe em maio; pai em agosto; filho em outubro. Haverá dieta do comércio, afinal, não se dimensiona ou se descreve uma pessoa num presente. Quando houver presentes, serão sem razão ou motivo, espontâneo e surpreendente.

Dieta das conexões. Uma vez na semana o smartphone estará off. Nalgumas horas do dia, off. É possível viver sem ele! Não é membro do meu corpo. Não é totem, fetiche... Num dia, off. Nalgumas horas do dia, off. (Profundamente irritado com o abuso de celulares em qualquer lugar, circunstância e com quem quer que seja. No hospital (que pede silêncio), na fila do metrô... Tem sempre alguém falando em particular prá todo mundo ouvir... Aff! 

Inclui abstenção de selfies. Esse gesto viral, narcísico, umbigolóide. Não vemos mais paisagens, vemos caras e mais caras!

Dieta dos shoppings. Vitrines, luzes, estímulos, manequins, vendedores chatos, estacionamento irritante... O shopping está incluído em minha dieta. Visitarei o “templo de consumo” por apenas 4 vezes no ano, se houver necessidade. 

Dieta de informações. Entenda por informações as toneladas que estão expostas no ar, à nossa vista, na vitrine, nas gôndolas eletrônicas. Quase a totalidade de tolices, imbecilidades e idiotices. Quanto as pessoas cada vez mais se prendem ao vazio, à informações que ligam nada à coisa nenhuma. Aumentei filtros e peneiras. 

Compartilho minha dieta. O objetivo não é perder peso. Mas ganhar lucidez, equilíbrio e bom senso. Não serei militante dela. Pretende ser apenas “minha dieta”. Estou refletindo sobre ampliar abstenções e privações.

O estilo de vida do séc. XXI não é o melhor. Porque todomundo faz, não preciso fazer, afinal, não me sinto to-do-mun-do. Para tanto, precisamos discernir as diferenças cada vez mais difíceis entre uso e abuso; formar e informar; as sutis diferenças entre alhos e bugalhos. Por neurônios melhores. By Geraldinho Farias

Um comentário:

  1. Incrível como uma pessoa pôde descrever com tanta precisão minha opinião em relação a esse tema. Parabéns pela precisão, e que mais e mais pessoas possam ter esse 'insight'. Viva a realidade!!!!!!!!!!!!!!!!

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