quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A HORA DE PARAR

Além dos espetaculares números na carreira, o mitológico Pelé também é lembrado pelo momento em que encerrou a vitoriosa trajetória. Especialistas advogam que o mineiro de Três Corações e camisa 10 do Santos FC poderia ter jogado as copas de 1974 e, como continuou promovendo o soccer no Cosmos/EUA, a de 1978. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, virou  parâmetro para quem deseja parar no auge.



A renúncia do Papa Bento XVI reascende uma polêmica entre aqueles que exercem funções de liderança: Qual a hora de parar? Sem entrar no mérito dos meandros políticos do Vaticano, Bento XVI apresentou seu estado de saúde como “limite para servir”. Diferente de seu antecessor, João Paulo II – exerceu  pontificado longevo depois de um atentado, diversas cirurgias e o Mal de Parkinson... Bento XVI afirmou (13/02) que  renunciou “pelo bem da Igreja” e que “orou arduamente e examinou sua consiência” antes de decidir... E está consciente da “diminuição de suas forças espirituais e físicas”.

Seguramente este é um dos mais tensos momentos de uma carreira. Quais a sintomatologia da hora de parar? A falta de resultados positivos? A falta de motivação juvenil, marca dos que iniciam? A impossibilidade do exercício inteiro, por exemplo, por falta de saúde? A incapacidade de mobilizar liderados? Não sentir-se mais necessário numa engrenagem? As convicções do cumprimento da missão? As sensações internas, confirmadas através da oração, circunstâncias e pessoas que o fim chegou? A alternativa de uma nova experiência – mais desafiadora, mais atrativa, um  noutro lugar, com outras pessoas? Possivelmente um conjunto de sensações e apontamentos confirmam, denunciam o fim de uma experiência, ainda que muitos tenham estes "sinais" como subjetivos.

Exige-se, portanto, sensibilidade. É necessário que se atente a indicações sobre a atuação. Avaliações periódicas são necessárias. Ignorar os sinais do fim do ciclo pode comprometer o legado – o que foi conquistado até alí; pode conduzir o grupo/igreja/empresa a prejuízos; não basta começar e permanecer bem, é preciso terminar bem, isto é, saber parar!

Lamentamos que o apego à função tem feito muitos passarem do ponto. Renunciar a uma função em benefício de uma comunidade é ato nobre. Mas, qualquer mudança ou precipitação nos inquieta e, ter sensibilidade pra perceber é desafio. 

A propósito, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cita Filipe Gonzalez: "Ex-presidentes são como vasos chineses. Todo mundo acha lindo. Mas ninguém sabe onde colocar". Lula afirmou após a presidência querer "desencarnar" da função. Parece ainda não saber se portar como "Ex". E você, já pensou em sua hora de parar? By Geraldinho Farias

3 comentários:

  1. Boa mensagem. Muito oportuna para mim que estou chegando aos 70 anos de idade. Certamente, é prciso permanecer em atividade. É preciso saber escolher a atividade compatível com a capacidade e com a idade. Muito obrigado! Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

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    1. Grato pela apreciação, caríssimo Pastor Adriano. De decisão em decisão, rogamos a Deus que sejamos achados sempre aprovados.

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