terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DROGAS: A III GUERRA MUNDIAL

Não é um surto. É mais que uma epidemia. É uma pandemia – atinge todas as classes, regiões, ultrapassa de forma vertiginosa todas as fronteiras. Estamos diante do que chamo 3ª. Guerra Mundial: A explosão das drogas, especialmente o crack para além de um complexo problema de saúde pública, não permite indiferença, ações isoladas ou articulações amadoras. Como toda a guerra, deve ser enfrentada com planejamento, estratégia, preparo e uso dos melhores recursos.

Antes de considerá-la é necessário ponderar, criticar algumas práticas que caracterizam as ações de igrejas, sobretudo as “evangélicas” Brasil a fora. Confunde-se o inimigo: Tratam onça como se fosse gatinha.

Há quem pense que oração e leitura da Bíblia por sí só bastam para a “libertação” dos aprisionados. É pouco. Denominam-se “clínicas de recuperação” uma casa no campo onde homens com históricos dramáticos são confinados, ambientados numa suposta “fraternidade”.

Formam-se equipe de voluntários - heróis - muitos deles ainda sob reabilitação. Celebram-se os libertos, aqueles “salvos”, renovados que, em breve, alimentarão as estatísticas dos que “caíram”, reincidiram, voltaram às... drogas.

Há o que se comemorar. São verdadeiros milagres operados em pessoas que se “recuperam”, de fato. O milagre se dá não apenas nos recuperados, mas nesse universo cercado de ingenuidade, amadorismo e voluntarismo sincero de soldados que lutam de forma equivocada e despreparada contra um inimigo gigante que ainda subestimamos. Listemos o arsenal mínimo para enfrentá-lo: O exército deve ser formado por profissionais da saúde, uma quipe multidisciplinar, integrada. Precisamos de capelães e mentores, mas não só: Psicólogos, terapeutas ocupacionais, psiquiatras e outros.

Oração, louvores e leitura da Bíblia faz bem; mas não é só, acrescente-se o uso de medicamentos administradas por um médico – antiansiógenos, antidepressivos, desintoxicantes... Quem quer vencer uma guerra deve atacar de forma inteligente e sincronizada com armas à altura do poder inimigo.

Se o campo de batalha é nas mentes dependentes, logo, prescindir da terapia psicológica é flertar com o perigo. O front é a mente e a psicologia é in-dis-pen-sá-vel! Se a “mente vazia é oficina do diabo” impor “convivência militar” sem um programa inteligente de ocupação e prática esportiva é deixar frestas nas linhas de combate.

Todas as instituições do terceiro setor especialmente as igrejas, tem decisiva contribuição. Mas é preciso rever o clientelismo: O de tratar viciados como potenciais convertidos apenas; oferecer e abrir “clínicas” que não são de fato clínicas = propaganda enganosa; ministros e leigos religiosos em papéis de profissionais da saúde = exercício ilegal da profissão.

Comunidades podem oferecer acolhida, apoio, e dinâmicas relacionais entre os co-dependentes, familiares-vítimas. Há muito o que investir – aí sim, o lugar comum de uma igreja: Fraternidade, mutualidade e esperança. Os Alcoólicos Anômicos e  congêneres tem história e resultado; poderiam inspirar a cópia do modelo. Ferramentas como a (literatura) Celebrando a Recuperação são úteis, mas no devido lugar. Devemos ser humildes e contar com parcerias que, somadas ao que oferecemos de melhor darão resultarão em mais pessoas e famílias alcançadas de forma pró-ativa.

É erro crasso achar que uma iniciativa e seu aparente e episódico resultado substitui uma ação integrada como as listadas acima. Somente um exército bem treinado e com ferramentas adequadas poderá ser blindado e usado por Deus para correponder ao desafio de restaurar famílias e devolver vida às vítimas desta mefistofilia. Concluo re-afirmando o poder da fé em Cristo Jesus para libertar os adictos, regenerar, conceder uma nova vida (Jo 8.32, II Co 5.17). “Quanto a mim, estou limpo. Só por hoje!” 

By Geraldinho Farias - publicado na Revista Vigiai, edição no. 5, pág. 32

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