terça-feira, 10 de março de 2020

GRU, EU E VOCÊ

Gru ambiciona ser o maior de todos os vilões. Para tanto planeja roubar a lua e superar seu rival Vetor, o ladrão da pirâmide egípcia. Por seu intento, usa 3 meninas órfãs como espiãs, infiltrando-as na bunker inimigo. Com esta trama “Meu Malvado Favorito” foi lançado há 10 anos.



Submetido à rotina de pai - aulas de balé, lições de casa, cotidiano doméstico, Gru começa a sentir afeto por Agnes, Margot e Edith, as órfãs. Sua índole maligna é contaminada por DOÇURA e o filme passa a retratá-lo como um surpreendente pai solteiro.

Meninas frágeis, dóceis, indefesas X homem mal, grande, astuto. Neste contraste somos levados à AMBIVALÊNCIA do personagem e seu refazimento em devolver os produtos roubados e se tornar pai de família. “Meu Malvado Favorito” é uma alcunha PARADOXAL: É meu (!!!), e, apesar de mal, favorito, querido. A ficção comumente retrata o bem X mal como naturalmente conflituosos, bélicos, absolutos. Mas Gru TRANSITA, mesmo que sejam por razões egoístas – perder as meninas. E nos constrange ao perdão de malfeitores em reabilitação.

Nos identificamos na HUMANIDADE do personagem - oscilação, instabilidade, fronteiras. O ladrão da lua, Vilão Top, revela-se pai cuidadoso e sedutor. Há uma década desafia nossa (in)tolerância e (anti)empatia para com os que precisam de segunda chance. By Geraldinho Farias

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CLOSE (2022)

É desafiador abordar temas complexos. Podemos discutir o "como" o roteiro (Lukas Dhont) foi tocado - entre a primeira e a segunda ...