Distopia é um lugar surreal, anti-utopia, uma circunstância imaginária de opressão, desespero, privação. “O Poço” (Netflix, 2019) é uma certeira metáfora social e distópica.
Numa prisão de vários andares, uma mesa farta, artisticamente produzida, desce com comida para os detentos; o set possui diversos andares. Enquanto passa é consumida pelos de cima e chega com migalhas para os de baixo...
Intimista, existencialista e confrontativo: É impossível não nos colocar
no lugar de seus personagens.
É sobre o que nos move em nossos códigos sociais de relacionamento.
De como a dignidade humana é (ex)posta pelas conveniências. Como se formam e se mantém as castas de privilegiados em detrimento da massa em categorias desumanas – uns poucos acessam, muitos outros, condenados à morte.
Nesta época de Convid-19 e falta de insumos vale o “salve-se quem puder” e não o “um por todos e todos por um.” Como nos vemos no cotidiano? O que fazemos para reduzir desigualdades? O quanto pensamos no próximo?
“O Poço” é um misto de suspense, ficção científica e um choque de
realidade. 5 personagens. Destaque para os diálogos de Goreng (Ivan Massagué),
Trimagasi (Zorion Eguizelor) e Baharat (Emilio Buale) – um tripé étnico
diverso. O egoísmo dentro de nós tem jeito sim. Os grandes cataclismas é o que
nos força a mudar e resgatar o que está na base da pirâmide: A infância. By
Geraldinho Farias
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