sexta-feira, 15 de junho de 2018

A 4a. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - RESUMO

Os Jetsons, desenho futurista criado por Hanna-Barbera Productions
no longínquo  1962... Vaticínio!

As céleres mudanças provocaram uma revolução no jeito de ser e viver das corporações. Quem não se situar, não se adaptar, sofrerá para manter-se num mercado|mundo cada vez mais competitivo e dinâmico. O futuro nos provoca calafrios e injeta doses de incertezas, certamente!

Ante fronteiras que são superadas e conceitos – que nos trouxeram aqui – refeitos, quando não desfeitos, o horizonte se mostra como “4.0”. Quando inovações nos vem qual Guepardo – um animal que atinge até 115 km|h, não deveríamos recebê-lo como uma lesma...

Transições já não são opções. A gestão de modelos tradicionais para outros e novos, mais dinâmicos e contextuais, é o desafio. Em A Quarta Revolução Industrial (Edipro - 2016), de Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, conta como a sociedade e as corporações vão ter de lidar com novos desafios diante de tecnologias que estão surgindo e que vão além das digitais, chegando em breve até à necessidade de interagirmos com robôs.

A Revolução Agrícola (10 mil anos atrás) se fez possível pelas inovações tecnológicas que permitiram trabalhar a terra;

A 1ª Revolução Industrial (1760 e 1840) foi possível graças à máquina a vapor e construção de ferrovias;

A 2ª Revolução Industrial (final do séc. XIX), pelo advento da eletricidade e da linha de montagem;

A 3ª (década de 60), em função da revolução digital, do computador.

Entramos na convergência de tecnologias físicas, digitais e biológicas: Inteligência artificial, robótica, internet, veículos autônomos, impressão em 3D, nanotecnologia, biotecnologia, armazenamento de energia. “O que torna a quarta revolução industrial fundamentalmente diferente das anteriores é a fusão de tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos”, afirma.

E os dilemas à nossa frente: Nos pressionarão por uma responsabilidade coletiva e o interesse em servir a humanidade ou, o que restará dela, porque Klauss adverte: “As mudanças são tão profundas que, na perspectiva da história da humanidade, nunca houve um momento tão potencialmente promissor ou perigoso”.

Assistimos, diz ele, a erupções e rupturas que denunciam o caráter vertiginoso das mudanças: Airbnb, Uber, Alibaba, Google, WhatsApp são manifestações de algo recentíssimo. O capitalismo está mudando: “O Uber, a maior empresa de táxis do mundo, não possui sequer um veículo. O Facebook, o proprietário de mídia mais popular do mundo, não cria nenhum conteúdo. Alibaba, o varejista mais valioso, não possui estoques. E o Airbnb, o maior provedor de hospedagem do mundo, não possui sequer um imóvel”, destaca Tom Goodwin, citado pelo autor.

Schwab afirma que todas as indústrias, sem exceção não perguntarão  “haverá ruptura em minha empresa?’, mas ‘quando ocorrerá a ruptura, quanto irá demorar e como ela afetará a mim e a minha organização?”.

Quais as tecnologias que irão impulsionar a quarta Revolução Industrial? Segundo o autor, três categorias:

Física (carros, aviões, barcos como drones, sem condutor).

A categoria digital diz respeito à Internet das coisas - IdC – relação entre as coisas, serviços e pessoas através de plataformas digitais – aplicativos, a possibilidade de rastreamento, monitoramento, armanezamento de produtos e também de dados pessoais. Impressão em 3D (aquilo que víamos apenas em filmes ou games) e robótica avançada (robôs interativos - mais leves, mais fortes, recicláveis e adaptáveis, como os nanomateriais, como o grafeno, 200 vezes mais forte que o aço, milhões de vezes mais fino que um cabelo humano e eficiente condutor de calor e eletricidade).

E biológica, como por exemplo as inovações na genética. Expansão do projeto Genoma; a biologia sintética capaz de modificar organismos já existentes, alterando seus códigos genéticos possibilitando a criação de organismos personalizados. Os cientistas esperam criar micróbios que possam combater o câncer e outras doenças para as quais ainda não temos cura (medicina de precisão). E a engenharia genética, a capacidade de interferir e modificar seres vivos (animais, plantas) e adaptá-los a condições adversas.

Klaus Schwab descreve 21 pontos de fenômenos já em curso, embriões ou formatadores da 4ª. Revolução Industrial. Cito algumas inovações incríveis:

O primeiro telefone celular implantável e disponível comercialmente. Dispositivos implantados no corpo, permitindo a comunicação, localização, monitoramento (saúde).

A visão como uma nova interface. Óculos, lentes/fones de ouvido e dispositivo de rastreamento podem se tornar ‘inteligentes’ e levar os olhos e a visão a se tornarem a conexão com a internet e os dispositivos conectados.

Tecnologia vestível. As tecnologias que se encontram nos celulares estarão integradas em roupas e acessórios (ex. babá eletrônica vestível – pais sendo substituídos pelos sensores).

A internet das coisas e para as coisas. Sensores inteligentes para monitorar ‘tudo’ conectado à internet – percepção do ambiente de forma integral.

A casa conectada. Controle da energia, ventilação, ar-condicionado, áudio e vídeo, eletrodomésticos, sistema de segurança, robôs para serviços.

Cidades inteligentes. A primeira cidade com mais de 50 mil pessoas e sem semáforos. Cidades conectarão serviços, redes públicas e estradas à internet.

E os Impactos da quarta Revolução Industrial?

Não dá pra prever, mas, no mundo do trabalho, a 4ª Revolução Industrial será devastadora. Possivelmente um processo crescente de destruição de empregos. O que está claro é que a onda de inovações irá alterar profundamente a estrutura ocupacional. Inevitavelmente também da remuneração: Cargos criativos e cognitivos de altos salários e ocupações manuais de baixos salários. Muitas relações de trabalho serão alteradas. Cada vez um número maior de empregadores utilizará a ‘nuvem humana’ – trabalhadores que podem ser localizados em qualquer parte do mundo para resolução de problemas e projetos. As vantagens são a flexibilidade no trabalho, tempo e local.

Uma coisa é certa, ainda não é possível prever o que exatamente acontecerá, mas o talento, mais que o capital, representará o fator crucial de produção, diz Schwab. Teremos um mercado de trabalho cada vez mais segregado em segmentos de baixa competência/baixo salário e alta competência/alto salário. A quarta revolução industrial exigirá e enfatizará a capacidade dos trabalhadores em se adaptar continuamente e aprender novas habilidades.

A quarta Revolução Industrial terá um impacto profundo sobre a natureza dos estados e a segurança internacional, destaca o autor. A possibilidade da guerra cibernética; dos robôs voadores (drones) e de armas autônomas. E, claro, o soldado biônico. “O cérebro será o próximo campo de batalha”, afirma James Giordano, citado pelo autor.

Sobre a coletividade, Schwab diz que a quarta Revolução Industrial poderá levar a um aumento da desigualdade. Há uma tendência de que a riqueza continue concentrada, uma vez que o domínio das inovações tecnológicas estará e será controlada por um pequeno grupo de empresas. Por outro lado, não está mudando apenas o que fazemos, mas também o que somos. Estamos frente ao surgimento da sociedade centrada no indivíduo. “Ao contrário do passado, a noção de pertencer, de fazer parte de uma comunidade, é hoje definida mais pelos interesses e valores individuais e por projetos pessoais que pelo espaço (comunidade local), trabalho e família”, destaca o autor.

E o que nos inquieta: Os dilemas éticos. Crianças podem ser feitas sob encomendas? Podemos nos livrar de doenças? Viver mais tempo? Ser mais inteligente? Correr mais rápido? Ter certa aparência?, pergunta o autor.

O autor sugere que “assumamos uma responsabilidade coletiva por um futuro em que a inovação e a tecnologia estejam focadas na humanidade e na necessidade de servir ao interesse público, e estejamos certos de empregá-las para conduzir-nos para um desenvolvimento mais sustentável”.

E: “Acredito firmemente que a nova era tecnológica, caso seja criada de forma ágil e responsável, poderá dar início a um novo renascimento cultural que irá permitir que nos sintamos parte de algo muito maior que nós mesmos – uma verdadeira civilização global.” By Geraldinho Farias

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