sábado, 7 de outubro de 2017

CASAMENTO: FOGOS ANTES, BOMBAS DEPOIS

A indústria do entretenimento atravessa incólume a crise econômica e uma das razões são as realizações de eventos, festas, das quais se destaca o casamento. Sim, o ato de casar é um dos sustentos para a indústria.

Uma cerimônia de casamento produz um movimento em cadeia desde o buffet, passando por profissionais do som e imagem, a loja da lista de presentes, locação de roupas até... A agência de turismo que propiciará a Lua-de-Mel. Casar faz a economia girar, assegurando o emprego, melhorando a renda e contribuindo para o lucro de pessoas e empresas. E isto é bom.

Em tempos líquidos algumas constatações saltam os olhos:

O ritual vem perdendo seu significado e simbolismo de cerimônia sacra, religiosa.

Mais um evento social, menos um culto religioso.

Prefere-se o buffet à igreja.

O papel do padre|pastor|ministro vem perdendo destaque para o Mestre-de-Cerimônia ou Dj.

A expressão estética e midiática (glamour) sobressai em detrimento do significado da aliança, da celebração outrora decantada.

Os tempos mudaram. Os volumes dos adereços o denunciam: Limusine, grife, alta-costura, ícones do mercado... Tudo para exibição em tempo real. Os adornos devem ser impecáveis! Noivos a serem recebidos com fogos, em espetáculos pirotécnicos hollywoodianos.

Os votos já não possuem os valores empenhados por gerações passadas. O “até que a morte os separe” já não possui a mesma substância. Muitas vezes nem se faz necessário a morte. Antes da morte, há muitos causadores e motivadores de separações que tornam até injusta a comparação com a famigerada. A morte poderia até reclamar que usam seu “santo nome em vão” nas relações a dois por aí a fora...

Então, o casamento chega ao fim. Para muitos (não para todos, ainda, graças a Deus!). Por diversas razões. De forma amigável ou bélica. Aí entram os advogados, que também precisam ganhar o pão de cada dia.

Os crescentes índices de divórcio revelam que a vida a dois é mais que uma festa hermeticamente preparada. Muitos casamentos terminam com bombas! Provocando dor, ressentimento, depressão. Casais começam com fogos. Terminam com bombas. Luto, recolocação de vítimas, reinícios, expectativas, possibilidades, ajustamentos, sobrevivências... Há um vasto campo há ser explorado por amigos, conselheiros, ministros... Um vasto campo para igrejas, grupos de ajuda mútua... Alerto para uma necessidade de se preparar melhor noivos; acompanhar de perto casais; prevenir encrencas; assistir melhor. Há muito que ser feito. By Geraldinho Farias

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