A indústria do
entretenimento atravessa incólume a crise econômica e uma das razões são as
realizações de eventos, festas, das quais se destaca o casamento. Sim, o ato de
casar é um dos sustentos para a indústria.
Uma cerimônia de
casamento produz um movimento em cadeia desde o buffet, passando por
profissionais do som e imagem, a loja da lista de presentes, locação de
roupas até... A agência de turismo que propiciará a Lua-de-Mel. Casar faz a
economia girar, assegurando o emprego, melhorando a renda e contribuindo para o
lucro de pessoas e empresas. E isto é bom.
Em tempos líquidos algumas constatações saltam os olhos:
O ritual vem perdendo
seu significado e simbolismo de cerimônia sacra, religiosa.
Mais um evento
social, menos um culto religioso.
Prefere-se o buffet
à igreja.
O papel do
padre|pastor|ministro vem perdendo destaque para o Mestre-de-Cerimônia ou Dj.
A expressão estética
e midiática (glamour) sobressai em detrimento do significado da aliança, da
celebração outrora decantada.
Os tempos mudaram.
Os volumes dos adereços o denunciam: Limusine, grife, alta-costura, ícones do
mercado... Tudo para exibição em tempo real. Os adornos devem ser impecáveis!
Noivos a serem recebidos com fogos, em espetáculos pirotécnicos hollywoodianos.
Os votos já não
possuem os valores empenhados por gerações passadas. O “até que a morte os
separe” já não possui a mesma substância. Muitas vezes nem se faz necessário a
morte. Antes da morte, há muitos causadores e motivadores de separações que
tornam até injusta a comparação com a famigerada. A morte poderia até reclamar
que usam seu “santo nome em vão” nas relações a dois por aí a fora...
Então, o casamento
chega ao fim. Para muitos (não para todos, ainda, graças a Deus!). Por diversas
razões. De forma amigável ou bélica. Aí entram os advogados, que também
precisam ganhar o pão de cada dia.
Os crescentes
índices de divórcio revelam que a vida a dois é mais que uma festa
hermeticamente preparada. Muitos casamentos terminam com bombas!
Provocando dor, ressentimento, depressão. Casais começam com fogos. Terminam
com bombas. Luto, recolocação de vítimas, reinícios,
expectativas, possibilidades, ajustamentos, sobrevivências... Há um vasto
campo há ser explorado por amigos, conselheiros, ministros... Um vasto campo
para igrejas, grupos de ajuda mútua... Alerto para uma necessidade de se
preparar melhor noivos; acompanhar de perto casais; prevenir encrencas; assistir
melhor. Há muito que ser feito. By Geraldinho Farias
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