Do seu, do meu, dos nossos lados há inúmeras Hannas! |
O ato suicida passou a fazer parte da agenda de instituições das mais diversas, políticas públicas (“setembro amarelo”) e já não pode ser ignorado como fenômeno social e pandêmico.
Sucessos editoriais
e de bilheterias como “A Culpa é das Estrelas” (Jonh Green, Intrínsica – 2012)
e Como Eu Era Antes de Você (Jojo Meyes, Intrínsica – 2013 | Thea Sharrock,
Reino Unido – 2016), inauguraram a febre de enredos melancólicos que atingiram
em cheio o público, especialmente adolescentes e jovens.
A Netsérie “13
Porquês” (13 Reasons Why, da obra de Jay Asher – 2007) provoca, inquieta e nos
ajuda no debate e compreensão do universo da saúde mental, especialmente o
processo depressivo e o ato suicida. Mais que isso: Bullying, distanciamento
dos pais, abusos sexuais e emocionais; questiona os papéis da família, dos
amigos e dos colegas da escola. A história de Hanna Bakker é o
cardápio da hora!
Hanna comete
suicídio e deixa gravadas em fitas K-7 (isso mesmo, um grande lance em tempos
virtuais!) a descrição de suas angústias: O assédio moral e sexual que as
meninas sofrem: O arquético angelical – modelo, linda, hétero... Não era para
constranger, deprimir, angustiar, mas,... Não era pra tanto. Mas... Ser vista
como mina fácil... Foi o fundo do poço!
O grande mérito da
Netflix é a construção de um relato entrecortado: Enquanto a voz de Anna soa,
descreve as culpas, as ausências e os motivos...
"13 Reasons
Why" descortina o universo da crise existencial de nossa geração. Em nosso
país, somente neste abril o CVV (Centro de Valorização da Vida) anunciou um
aumento de 445% de procuras e 170% de visitas no site.
Nas mídias sociais
a campanha #NãoSejaUmPorque faz-nos refletir sobre nossas vivências e convivências.
Num mundo cada vez mais robotizado e de conexões virtuais, ter alguém para nos
ouvir e compartilhar faz muita diferença; talvez seja o que precisamos para
deter a procissão|romaria dos que atentam contra a própria vida; pode ser que
do seu, do meu, dos nossos lados hajam inúmeras hannas!
A série põe o assunto na roda: Pode ser que a personagem contribua para uma
certa glamourização do suicídio; as cenas são descritivas, minunciosas e
racionalmente planejadas pela autora. Chamamos de Efeito Werther (quando sua
repercussão torna-se "contagiosa"). Em minhas andanças com grupos
de teens prefiro o Trigger Warning (alerta de gatilho), o que
considero que a série faz. O tema divide opiniões: Se uns
"satanizam" a personagem, outros a "canonizam"; ok, não sugiro
adequada para pessoas sob estado depressivo ou vulneráveis porque acho que a
franquia deveria conter mais informações sobre onde|como buscar ajuda além de
seu final. Mas... O importante mesmo é conversar sobre!
Em
"Comida" os Titãs perguntam: “Você tem sede de quê? Você tem fome de
quê?...” 13 Porquês respondem: De gente, de verdadeiros e presentes amigos, de
ouvidos, de afeto, de vida. By Geraldinho Farias
Tem toda razão Geraldinho, os filmes produzidos, sempre podem nos trazem temas reflexivos de nossa realidade e que precisam ser ferramentas de debates e que seja util para evitar problemas maiores que vivem nossa sociedade que ignoram esses valores, de amor, atenção, carinho, valorização e importancia das pessoas. Muitos evangelicos são proibitivos e evitam encarar esses problemas reais em suas familias e e nas igrejas.
ResponderExcluirPr e Prof. Elson
Caríssimo amigo: Grato pela apreciação. Conversar é o melhor remédio. Abraços!
ExcluirExcelente texto. Sucinto e de excelente reflexão.
ResponderExcluirOlá. Grato por sua apreciação, amigo. Abraços!
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