domingo, 16 de abril de 2017

"13 RAZÕES PORQUE" É DA HORA!

Do seu, do meu, dos nossos lados há inúmeras Hannas!

O ato suicida passou a fazer parte da agenda de instituições das mais diversas, políticas públicas (“setembro amarelo”) e já não pode ser ignorado como fenômeno social e pandêmico.

Sucessos editoriais e de bilheterias como “A Culpa é das Estrelas” (Jonh Green, Intrínsica – 2012) e Como Eu Era Antes de Você (Jojo Meyes, Intrínsica – 2013 | Thea Sharrock, Reino Unido – 2016), inauguraram a febre de enredos melancólicos que atingiram em cheio o público, especialmente adolescentes e jovens.

A Netsérie “13 Porquês” (13 Reasons Why, da obra de Jay Asher – 2007) provoca, inquieta e nos ajuda no debate e compreensão do universo da saúde mental, especialmente o processo depressivo e o ato suicida. Mais que isso: Bullying, distanciamento dos pais, abusos sexuais e emocionais; questiona os papéis da família, dos amigos e dos colegas da escola.   A história de Hanna Bakker é o cardápio da hora!

Hanna comete suicídio e deixa gravadas em fitas K-7 (isso mesmo, um grande lance em tempos virtuais!) a descrição de suas angústias: O assédio moral e sexual que as meninas sofrem: O arquético angelical – modelo, linda, hétero... Não era para constranger, deprimir, angustiar, mas,... Não era pra tanto. Mas... Ser vista como mina fácil...  Foi o fundo do poço!

O grande mérito da Netflix é a construção de um relato entrecortado: Enquanto a voz de Anna soa, descreve as culpas, as ausências e os motivos...

"13 Reasons Why" descortina o universo da crise existencial de nossa geração. Em nosso país, somente neste abril o CVV (Centro de Valorização da Vida) anunciou um aumento de 445% de procuras e 170% de visitas no site.

Nas mídias sociais a campanha #NãoSejaUmPorque faz-nos refletir sobre nossas vivências e convivências. Num mundo cada vez mais robotizado e de conexões virtuais, ter alguém para nos ouvir e compartilhar faz muita diferença; talvez seja o que precisamos para deter a procissão|romaria dos que atentam contra a própria vida; pode ser que do seu, do meu, dos nossos lados hajam inúmeras hannas!

A série põe o assunto na roda: Pode ser que a personagem contribua para uma certa glamourização do suicídio; as cenas são descritivas, minunciosas e racionalmente planejadas pela autora. Chamamos de Efeito Werther (quando sua repercussão torna-se "contagiosa"). Em minhas andanças com grupos de teens prefiro o Trigger Warning (alerta de gatilho), o que considero que a série faz. O tema divide opiniões: Se uns "satanizam" a personagem, outros a "canonizam"; ok, não sugiro adequada para pessoas sob estado depressivo ou vulneráveis porque acho que a franquia deveria conter mais informações sobre onde|como buscar ajuda além de seu final. Mas... O importante mesmo é conversar sobre!

Em "Comida" os Titãs perguntam: “Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?...” 13 Porquês respondem: De gente, de verdadeiros e presentes amigos, de ouvidos, de afeto, de vida. By Geraldinho Farias

4 comentários:

  1. Tem toda razão Geraldinho, os filmes produzidos, sempre podem nos trazem temas reflexivos de nossa realidade e que precisam ser ferramentas de debates e que seja util para evitar problemas maiores que vivem nossa sociedade que ignoram esses valores, de amor, atenção, carinho, valorização e importancia das pessoas. Muitos evangelicos são proibitivos e evitam encarar esses problemas reais em suas familias e e nas igrejas.
    Pr e Prof. Elson

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    1. Caríssimo amigo: Grato pela apreciação. Conversar é o melhor remédio. Abraços!

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  2. Excelente texto. Sucinto e de excelente reflexão.

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