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Praça da Paz Celestial, 05/06/1989, China |
Aprendi com meus pais a não jogar pedra na Gení. Quem quer que seja; e quaisquer que sejam os motivos. Nenhum humano é feito pra apanhar; nenhum humano é bom pra cuspir.
Aprendi com meus pais a não malhar Judas. Quem quer que seja o Judas do momento; e quaisquer que sejam os motivos de sua malhação.
Aprendi com meus pais a não atirar o pau no gato. Qualquer gato. Independente dos motivos. Essa é a ocasião do uso menos nobre do pau.
Aprendi com meus pais a não chutar cachorro morto. Não faz sentido chutar se não for uma bola em campo. Mais ainda um cachorro. E morto.
Presentes nas discussões em curso, em qualquer segmento, cenário virtual ou real, a ditadura de opinião: Elege-se a Gení do momento, o Judas da ocasião, os gatos da conveniência e os cachorros que ornam a paisagem. Se você não jogar pedras, malhar, chutar ou atirar o pau junto, numa solidariedade depredatória, você será taxado, rotulado, carimbado, difamado (e até excluído)... A ditadura da opinião alimenta-se do jeito-mono, unilateral de ser e ver a vida. É a discussão mão-única e intolerante.
Defender extremos é a tônica. Radicalismos tem abalado relações históricas de quem não sabe conversar ouvindo o outro que pensa diferente. É o argumento da força contra a força do argumento. Atacam-se pessoas (e animais) - até as "vacas do presépio" merecem meu respeito! Não se discutem ideias.
Quem não tiver pedra, atire o primeiro pecado: Malhe seus judas; atire paus nos gatos; chute cachorros sob putrefação. Iracundos não rebatem uma opinião, preferem ofender o autor.
Faltam: Lucidez, equilíbrio e respeito. É cômodo e conveniente juntar-se à maioria e ser solidário na depredação. Debates pobres mantidos por apaixonados ou míopes não me atraem. Sou uma Maria que não vai com as outras. Mas... Cal-ma, keep calm,... Na-da-con-tra-as Ma-rias! Minhas opiniões não são as últimas, as únicas, as definitivas, as melhores. Sigo o que aprendi com papai e mamãe.
Quando de trata de atirar pedras, não existem atiradores de categoria moderado. São todos Tropas de Elite!
Só é pau, só é pedra e só será o fim do caminho se você quiser. Pra mim, não.
By Geraldinho Farias
Nota: Em tempos de
intolerância e golpes baixos, a lembrança de um grande amigo: Padre Santi
Colina foi meu vizinho. Sua paróquia, N. S. Aparecida, era exatamente
porta-com-porta com a Igreja Batista, em S. Bernardo do Campo. Pensávamos
diferentes em muitas coisas - não em todas. Nunca tive deste ministro católico
um gesto de indelicadeza. Inquisição ou cruzada nunca foi com ele. Amigos desde
sempre.
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O admirável Padre Santi: Mui gentil, humilde e generoso amigo... Aprendi muito com este servo! |
Sinto orgulho de ter vc como amigo Geraldinho, vc que posta textos realmente interessantes, de autores idôneos e que tambem posta textos próprios igualmente especiais e objetivos que sempre contribuem para o crescimento pessoal de seus leitores. Também me pauto por princípios adquiridos na infância e nenhum deles me autoriza a fazer julgamentos a quem quer que seja. Não me permito a parcialidade, a cegueira pseudointelectual que se vangloria de atacar, de aderir ao comportamento de rebanho/manada sem qualquer reflexão e consideração. Obrigada por seu ativismo responsável, coerente e caridoso. Abraços e todo meu carinho às suas 3 meninas que tanto amo e admiro.
ResponderExcluirgrande pastor Geraldo
ResponderExcluirGrato pela generosa apreciação.
ResponderExcluirApoiado! Perfeito!!! Não é proibido pensar diferente, nem, tampouco, defender suas ideias. O que não se pode mesmo é, por conta da defesa, atacar, desrespeitar ou nem sequer ouvir o outro. Gostei!
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