Passo do Camaragibe/Al, berço de Aurélio Buarque de Hollanda.
Não é das mais belas cidades, não possui arquitetura imponente.
Mas seu povo é hospitaleiro, gentil,
generoso...
|
(Continuamos nossa
série sobre o Natal. Fruto de minhas inquietações em explorar mais a
história do nascimento de Jesus - indo além das "dezembrices"
anuais...)
"Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico,
por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis."
(II Coríntios 8:9)
1.Os Sentimentos do Natal Diferente das luzes, dos coloridos dos enfeites... O pano de fundo não seria uma sinfonia triunfalista; antes, um enredo de terror.
Os sentimentos do Natal: Uma sentença faz uma família lançar-se a uma jornada dramática. A história é a fuga pela vida! Um pai e uma mãe lutando por seu filho. Atrás, um edito, uma publicação para que as crianças do vilarejo fossem eliminadas. É o Estado (Herodes) déspota que não protege, ameaça e elimina. Uma família portanto luta para não ser mais uma vítima.
2. O Lugar, o cenário do Natal Não é a metrópole ou a megalópole – Atenas, Cairo, Roma... Não é a capital, o centro:
É a “perifa” da
periferia: Nazaré, Belém da Judéia – “Pode vir alguma coisa boa
de Nazaré?”
Não foi no Palácio,
numa monumental edificação arquitetônica; não foi na rigidez do concreto, sim,
foi na ternura do campo, ali, bem acessível!
Não é na
‘maternidade’, centro médico, no conforto da hospedaria...
É na manjedoura. De manjar, lugar onde comem bovinos e cavalos; estrebaria ou estábulo.
3. A família do Natal Jesus não é recebido num “berço de ouro”; não é gerado na nobreza; não é da elite...
Seu pai é um José e
Sua mãe é uma Maria – são sem-tetos em busca de um lugar. Simples assim. Ele
será carpinteiro, reproduzindo a habilidade do pai. Não ter lugar hoje
prenuncia como seria a sua vida despida de bens: O Filho do homem que não tinha
"onde reclinar a cabeça"; e usaria o burro emprestado; celebraria a
Ceia na casa do amigo; e seria sepultado num túmulo emprestado.
Estamos diante de uma família absolutamente simples. A herança legada a Jesus
por seus piedosos pais foi o temor a Deus.
4. Os símbolos do Natal Não é a árvore enfeitada com luzes e cores – símbolo da imponência; mesa farta, luxo, pompa, ostentação
É a manjedoura; é o
que é possível; é a carência; o desprovimento; Não é a coisa pronta, ganha – é
virar-se no que der.
É a reciclagem, o
improviso, a arte – o set dos bichos se torna uma maternidade.
É a solidão de uma
família envolta aos animais e o paisagem bucólica. Não é “o” lugar, é o
lugar-comum, lugar-qualquer.
Deus faz um gesto na direção dos necessitados. Deu certo porque Ele está do lado, acima e além dos que sofrem e dos humildes.
Conclusão A
vivência oferecida pela história do Natal é, antes, um estímulo à
sobrevivência. Não é o evento demonstrativo do poder, da riqueza, do
patrimônio. Não é o poder de ser ou para ser.
A contundente narrativa, a confrontação, o paradoxo, a antítese, é o que dá o
tom: No mais improvável lugar, ante a mais improvável circunstância, cercado
pela mais improvável família, nasceu um Rei:
Não é o odor, fragância da Boticário, Laqua Di Fiori ou Avon: É o cheiro de
estrume;
Não é o colchão Ortobon, Probel,... É a palha, o feno;
Não é o auditório do The Voice, não é a torcida do Boca na Bombonera: São os
animais.
Não é o kit-maternidade de grife, o conforto, a marca ISO 9000, 14000: É a
cobertura do céu estrelado, da brisa suave.
É o triunfo de uma família a nos ensinar sobre o que mais importa: Ela mesma, a
própria família junta, superando, sobrevivendo! O Natal é o triunfo sobre a
coisificação. É a marca da simplicidade. É a contramão do mundo. By Geraldinho
Farias
Camaragibanos: Nasceram numa
grande manjedoura...
Crescem, vivem e sobrevivem num Natal permanente.
|
Este hino do Cantor Cristao revela o que o irmao esta revelando.
ResponderExcluirNão teve um palácio no mundo o Senhor,
Nem honras lhe deram de Rei Salvador;
Mas a manjedoura só pôde encontrar,
Porque não havia mais outro lugar.
Não há lugar pra Cristo
Em tua vida e lar?
Terás, então, de ouvir dizer:
'No céu não tens lugar.'
Aqui, nos prazeres, tu queres viver,
Gastando os talentos e todo o teu ser?
Por que continuas no triste pecar?
Por que não concedes a Cristo lugar?
Oh, quão infelizes as almas sem luz,
Ingratas, perdidas, sem paz, sem Jesus!
Sim, Cristo hoje mesmo deseja habitar
Em ti, meu amigo. Oh, dá-lhe lugar!