Roberto Gómez Bolaños (Cidade do México, 21/02/1929 - Cancún, 28/11/2014) foi o autor, diretor e ator da série Chaves e Chapolin, programas criados para a Televisa, de 1971 a 1980 e reprisados no Brasil desde Agosto de 1984 pelo SBT. Perguntamos: Qual o segredo do menino sardento de 8 anos, que cativa gerações no mundo inteiro, especialmente na América Latina???
O cenário é comum no mundo inteiro –
nada mais global que um cortiço em que as
pessoas se digladiam por causa da dura realidade; uma esquina onde as relações
acontecem
Chaves não tem nada – mora na casa no. 8, num beco pobre, mas encara a vida com otimismo, improviso e assertividade
É sem querer querendo que nos identificamos com o menino solitário, a vida tragicômica onde um pirulito realiza-o mais que todos os bens!
Quantos de nós não precisamos de um barril quando a aflição bate - o barril é o símbolo de nossa caverna imaginária, nosso interior, no enfrentamento da dolorosa realidade: Onde buscamos refúgio?
Quanto aos demais personagens: Seu Madruga, é o viúvo que encara a vida pra cuidar de Chiquinha, como “pãe”; Quico, 9, é o filhinho da Mamãe Dona Florinda, os “ricos” do pedaço - faz inveja ao Chaves com seus brinquedos e terninhos bem-passados. Chiquinha, 7, astuta, filha do Seu Madruga, é mimada, bagunceira e sem graça. Dona Florinda é mãe protetora do Quico, se “acha” na Vila, reclama de tudo, e consagrou o “vamos tesouro, não se misture com essa gentalha”. Trata o filho a pão-de-ló, mesmo sem condições. Morre de amores por Girafales – o gigante professor de escola pública, culto e elegante... Aqui encontram-se os jogos românticos da Vila. Todos são oprimidos pelo Sr. Barriga, o dono da Vila, símbolo do capitalismo, mas que revela-se tolerante com a situação de todos.
O mundo de Chaves é, nalguma verdade, o nosso mundo. Por isso, nos flagramos assistindo pela enésima vez o mesmo episódio, qual djavù, pois é dessas lúdicas interações que o capitalismo nos alijou: Sermos crianças, tão somente crianças, nada mais que crianças. Nos ressentimos da contradição: De podermos sermos velhos, meninos, ou de sermos meninos, velhos; de não termos, mas podermos imaginar tendo. Como Chaves, o global e atemporal personagem. A gente vai continuar rindo em cada gag, como se fosse a primeira vez.
Roberto Bolanos se foi. Mas, Chaves, é impossível, como ele mesmo disse:
"Prefiro morrer a perder a vida". Isso, isso, isso. By Geraldinho
Farias
Olá amigo, nunca assisti Chaves mas sempre convivi com crianças que o conheciam, assistiam e até o veneravam. Interessante conhecer um pouco deste personagem tão popular e querido. Mas o uso do barril, isto sim é fantástico e a filosofia tem uma explicação bastante plausível para isso. Valeu.
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