sexta-feira, 7 de março de 2014

DESFOCADOS

“Foco” vem do latim, “fogo”, o ponto central, para o que converge a atenção. Tem sido citado em todos os ciclos: “O Governo perdeu o foco”; “Vencemos porque achamos o foco”; “Tem que ver qual é o foco”. Foco, portanto, está na moda. A seguir, edição da reflexão do jornalista Zuenir Ventura (O Globo, 1/3/14): “Dizem os entendidos que só se dará bem neste século quem conseguir resolver dentro de si a luta entre o foco e a desatenção, isto é, entre a capacidade de se concentrar e a dispersão que estamos sujeitos por causa das distrações que nos assediam diariamente através dos vários meios de comunicação.



A velocidade e a insistência dessas mensagens estariam diminuindo nossa capacidade de fixa-las e de refletir sobre o que elas realmente significam. O bombardeio de informações produz entropia, confusão, já que o excesso delas é igual a ruído.

Daniel Goleman escreveu “Foco – A Atenção e Seu Papel Fundamental para o Sucesso”, onde mostra que essa recorrência é causada pela dificuldade de concentração, que se deve sobretudo à onipresença do celular e da internet em nossas vidas: “A tecnologia captura a nossa atenção e interrompe as nossas conexões”.

Algumas empresas do Vale do Silício chegaram a banir das reuniões laptops, iPads, iPhones e outras ferramentas digitais. Um casal confessou ao autor que teve de fazer um pacto de boa convivência: “Em casa, guardamos os telefones numa gaveta”.

Hoje parece norma o uso de equipamentos em qualquer ciclo. Estudos cerebrais revelam que a “recompensa neural” desses viciados é parecida com a dos dependentes de álcool e drogas. Um professor admitiu que não consegue ler mais de duas páginas por vez: “Estou perdendo a capacidade de me concentrar em qualquer coisa séria”.

Nem tudo está perdido: Uma das lições do livro é que a atenção funciona como um músculo mental, que permite acompanhar uma história, concluir uma tarefa, aprender a criar. “Pouco utilizada, ela definha; bem utilizada, ela melhora e se expande”, o que significa que é possível fortalece-la e até mesmo reabilitar “cérebros carentes de foco”. Basta treiná-la. Um bom método é o exercício de memorização.

Aqui um alerta: Cuidado, foco não é ideia fixa, obsessão. Use com moderação. É preciso dar uma folga ao cérebro, deixar um tempo livre para a divagação. Muitas descobertas e invenções aconteceram durante “distrações” e “ócios criativos”. O espírito aberto e a imaginação solta permitem a entrada de boas ideias.”

Outro dia estava reunido com uma família. Como todos estavam equipados do iPads, iPhones, tabletes e que tais, dava-me a impressão de estarem alí de corpo presente, apenas. E eu, só, isolado “daquele mundo”. Os demais "abduzidos" pelo Virtual. Parece que as redes sociais de fato, aproximam quem está distante, todavia, afastam os que estão perto.

Tenho denunciado e reclamado dos excessos de tecnologia. Estamos apenas na segunda década de conexão massiva. Ainda veremos os efeitos por exemplo, do que estamos fazendo com o passado. Com a digitalização das imagens, o nosso “passado” é sempre recente. Nossa memória não mais lida com reminiscências...

Celulares tornaram-se membros do corpo. Lamentamos seu uso excessivo, abuso. Quanto ao foco, a humanidade precisa de... humanidade. Eis um protesto veemente: “Não sois máquinas! Homens, sois!” – Charlie Chaplin in "O Último Discurso". By Geraldinho Farias

O grupo religioso que mais se opôs a Jesus e o levou à condenação foi o dos fariseus - um partido formado por letrados e doutores, reconhecidos como intérpretes oficiais da lei mosaica. A oposição começa sutil, progride a polêmicas, ameaças veladas, até acusação formal nos tribunais.

Jesus foi questionado sobre Seu poder para perdoar pecados; acusado de comer com pecadores; polemizaram sobre a prática do jejum e a guarda do sábado; depois, acusado de agir sob o domínio do Mal; depois, a controvérsia sobre o ritual de purificação dos alimentos - Jesus denuncia que a religiosidade ritualista e falsa favorece o orgulho dos praticantes e desprezo aos demais.

O grupo elaborou um dossiê e acusou-O perante as autoridades, o que incluía a destruição do templo e a reivindicação de conspirar como novo Rei.

Os fariseus foram sinceros em sabotar e recusar Jesus. O Nazareno, seu estilo de vida simples e ensinos baseados na humildade e amor, constrangia a elite religiosa e seus privilégios mantidos em conluio com o Império Romano.

Melhor assumir uma rejeição que mentir sobre um falso comprometimento; melhor lidar com ateus ou indiferentes assumidos, que com crentes hipócritas, falsos moralistas ou juízes dos pecados alheios!

“Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens'" (Mt 15.8,9) By Geraldinho Farias

Um comentário:

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