“Foco” vem do latim, “fogo”, o ponto central, para o que converge a atenção. Tem sido citado em todos os ciclos: “O Governo perdeu o foco”; “Vencemos porque achamos o foco”; “Tem que ver qual é o foco”. Foco, portanto, está na moda. A seguir, edição da reflexão do jornalista Zuenir Ventura (O Globo, 1/3/14): “Dizem os entendidos que só se dará bem neste século quem conseguir resolver dentro de si a luta entre o foco e a desatenção, isto é, entre a capacidade de se concentrar e a dispersão que estamos sujeitos por causa das distrações que nos assediam diariamente através dos vários meios de comunicação.
A velocidade e a insistência dessas mensagens estariam diminuindo nossa capacidade de fixa-las e de refletir sobre o que elas realmente significam. O bombardeio de informações produz entropia, confusão, já que o excesso delas é igual a ruído.
Daniel Goleman escreveu “Foco – A Atenção e Seu Papel Fundamental para o
Sucesso”, onde mostra que essa recorrência é causada pela dificuldade de concentração,
que se deve sobretudo à onipresença do celular e da internet em nossas vidas:
“A tecnologia captura a nossa atenção e interrompe as nossas conexões”.
Algumas empresas do Vale do Silício chegaram a banir das reuniões laptops,
iPads, iPhones e outras ferramentas digitais. Um casal confessou ao autor que
teve de fazer um pacto de boa convivência: “Em casa, guardamos os telefones
numa gaveta”.
Hoje parece norma o uso de equipamentos em qualquer ciclo. Estudos
cerebrais revelam que a “recompensa neural” desses viciados é parecida com a
dos dependentes de álcool e drogas. Um professor admitiu que não consegue ler
mais de duas páginas por vez: “Estou perdendo a capacidade de me concentrar em
qualquer coisa séria”.
Nem tudo está perdido: Uma das lições do livro é que a atenção funciona
como um músculo mental, que permite acompanhar uma história, concluir uma
tarefa, aprender a criar. “Pouco utilizada, ela definha; bem utilizada, ela
melhora e se expande”, o que significa que é possível fortalece-la e até mesmo
reabilitar “cérebros carentes de foco”. Basta treiná-la. Um bom método é o
exercício de memorização.
Aqui um alerta: Cuidado, foco não é ideia fixa, obsessão. Use com
moderação. É preciso dar uma folga ao cérebro, deixar um tempo livre para a
divagação. Muitas descobertas e invenções aconteceram durante “distrações” e
“ócios criativos”. O espírito aberto e a imaginação solta permitem a entrada de
boas ideias.”
Outro dia estava reunido com uma família. Como todos estavam equipados
do iPads, iPhones, tabletes e que tais, dava-me a impressão de estarem alí de
corpo presente, apenas. E eu, só, isolado “daquele mundo”. Os demais
"abduzidos" pelo Virtual. Parece que as redes sociais de fato,
aproximam quem está distante, todavia, afastam os que estão perto.
Tenho denunciado e reclamado dos excessos de tecnologia. Estamos
apenas na segunda década de conexão massiva. Ainda veremos os efeitos por exemplo,
do que estamos fazendo com o passado. Com a digitalização das imagens, o nosso
“passado” é sempre recente. Nossa memória não mais lida com reminiscências...
Celulares tornaram-se membros do corpo. Lamentamos seu uso excessivo,
abuso. Quanto ao foco, a humanidade precisa de... humanidade. Eis um protesto
veemente: “Não sois máquinas! Homens, sois!” – Charlie Chaplin in "O
Último Discurso". By Geraldinho Farias
O grupo religioso
que mais se opôs a Jesus e o levou à condenação foi o dos fariseus - um partido
formado por letrados e doutores, reconhecidos como intérpretes oficiais da lei
mosaica. A oposição começa sutil, progride a polêmicas, ameaças veladas, até
acusação formal nos tribunais.
Jesus foi questionado
sobre Seu poder para perdoar pecados; acusado de comer com pecadores; polemizaram
sobre a prática do jejum e a guarda do sábado; depois, acusado de agir sob o domínio
do Mal; depois, a controvérsia sobre o ritual de purificação dos alimentos -
Jesus denuncia que a religiosidade ritualista e falsa favorece o orgulho dos praticantes
e desprezo aos demais.
O grupo elaborou um
dossiê e acusou-O perante as autoridades, o que incluía a destruição do templo
e a reivindicação de conspirar como novo Rei.
Os fariseus foram
sinceros em sabotar e recusar Jesus. O Nazareno, seu estilo de vida simples e
ensinos baseados na humildade e amor, constrangia a elite religiosa e seus
privilégios mantidos em conluio com o Império Romano.
Melhor assumir uma
rejeição que mentir sobre um falso comprometimento; melhor lidar com ateus ou
indiferentes assumidos, que com crentes hipócritas, falsos moralistas ou juízes
dos pecados alheios!
“Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens'" (Mt 15.8,9) By Geraldinho Farias
Muito bom seus artigos. Deus te abençoe.
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