sexta-feira, 14 de março de 2014

CONEXÃO: DE VOLTA À MESA!

Ligados por uma mesa, portanto, on line.

Conversando – falando e ouvindo, no melhor sentido do que seja um bate-papo.

Rindo, ao invés de “curtir”.

Tocando, ao invés de teclando.

Não era um inbox. Eram ouvidos e sons. Víamos e sentíamos os movimentos, expressões, calor.


Não havia limites. Não conversávamos ao limite de 140 caracteres, isto é, não tweetávamos, era um verdadeiro ninho...

Podíamos expressar ao vivo e em cores. Não era uma timeline, era a própria timelife! Nada melhor!

Banquete relacional, diferente das dietas, economias e evitações de verbos e expressões faciais.

Não imaginávamos apenas, experimentávamos, saboreávamos,...

A rede social não é rede afetiva ou espiritual.

Escolhí para ilustrar estas alucinações a “Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci. Pintada para a igreja de seu protetor, o Duque Lodovico Sforza, em Milão. Representa a cena da última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado, baseada em Jo 13.21.

O autor assim a descreve:  Ao centro, Cristo é representado com os braços abertos, o centro da composição, ladeado pelos apóstolos em quatro grupos de três – numa perspectiva exata! Apesar de a cena mostrar um ambiente de refeitório, é muito mais profundo e plural em sua interpretação.

A mesa é a ligação simbólica onde estão conectados. Simboliza o relacionamento de amizade e fraternidade. Precisamos resgatar “a mesa” como conexão.

As mesas familiares estão vazias – as pessoas, apartadas. As mesas de bate-papo entre amigos idem. A conexão virtual assumiu esta suposta ligação. Pensemos em restaurar a cena em tela. Ela admite até mesmo aqueles que, mesmo nela, em conexão humana, estão off line, como no caso de Judas Iscariotes.

A obra de Da Vinci data de 1495 a 1497. Apesar de um dos símbolos do Renascimento, é atualíssima. Sofreu, ao longo dos séculos muitos ataques, especialmente na II Guerra. A obra resiste. A mesa real resiste. E está sob sintomático ataque. Mas...

Está à nossa espera. Saudades de um tempo em que a mesa nos conectava... Voltemos à mesa. By Geraldinho Farias

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