O Band-Aid surgiu em casa. Há 90 anos Earle Dickson improvisou
um retalho de gaze no centro de uma fita adesiva para curar os pequenos e
persistentes cortes nos dedos de Josephine, sua esposa. O uso de gaze e
esparadrapo não resolviam, pois caiam. A prosaica solução foi revolucionária.
Nascia então, o consagrado Band-Aid.
O mestre Elton Simões descreve assim, a importância do popular invento: “Com o sucesso, Band-Aid virou substantivo e verbo. Passou a ter outros significados. No dicionário, band-aid também quer dizer solução temporária para um problema; ou aquilo que parece ser uma solução mas não tem qualquer efeito concreto.”
Band-aid, portanto, denota aquilo que não resolve de fato; é uma solução
temporária. Não deve ser aplicado para grandes problemas, nem para soluções
definitivas. No popular é um “tapar buracos” ou “quebra-galhos”.
Contudo nos relacionamentos e gerenciamentos são adotadas e preferidas.
Soluções que iludem. É a ação rápida, o “faz-de-contas”. Dá a impressão que a
iniciativa Band-Aid é séria e eficaz. Só aparenta.
Entra aqui um outro estágio da ilusão produzida: Empurrar o problema com
“a barriga”. Isso porque não há o diagnóstico realista duma encrenca – nem das
causas, menos ainda dos efeitos. Normalmente saídas de improviso
custam caro. Problemas se avolumam provocando crises, custos
e prejuízos ainda maiores. Chamamos de efeito “bola-de-neve” ou
“dominó”.
Há líderes que insistem em soluções improvisadas, apressadas e superficiais.
Pode funcionar algum tempo, não todo o tempo. Resultados pífios e confusões
denunciam má gestão. São os que conseguem piorar o que já está ruim.
Muitos casais envolto a diferenças, estranhamentos e estremecimentos
adotam soluções do tipo band-aid. Cara de providências tomadas para
estabilizar o relacionamento. Todavia postegar um diálogo confrontativo,
aprofundado e realista sobre incômodos relacionais pode desaguar num conflito
catastrófico.
Voltando ao casal Earle e Josephine. A solução original de Earle
resolveu pontualmente a dor de sua esposa, dando origem ao popular curativo. Já
a conotação ganha por band-aid, de saídas superficiais, tem sido
a preferida de muitos hoje quando não se pretende encarar um problema de
frente, com responsabilidade e amadurecimento. Algo a se pensar. By
Geraldinho Farias
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