sexta-feira, 31 de agosto de 2012

PSICOLOGIA DA GRAVIDEZ


Conteúdo apresenta processos psicológicos e os impactos destes na família - da gestação ao puerpério - presentes especialmente na mamãe e no papai: 

1. O MITO DO AMOR MATERNO
Eva – tentadora, erotizada, perigo x Maria  - mãe santificada
Parto, assunto de mulher; homem no campo
Filho ilegítimo aceito; concubina, comum
As Parteiras
As Amas – mortalidade infantil alta
Parto como espetáculo
Séc. XVII – O cirurgião; instrumentos; arte complexa; pai excluído; Fórceps;
medicalização
Séc. XVIII – Cesariana supera parteiras
Mãe, educação e religião – diminuição da mortalidade infantil
Exaltação do Amor Materno
Ensino Médico: Obstetrícia em 1806
Séc. XIX – Amamentação = mãe boa
Supera a ama de leite; fecundação: mulher engravida sem prazer
Repressão da Sexualidade: Mulher-mãe / Mulher fêmea
Desejos da mulher; homens para o trabalho; prostitutas
Mulheres restritas à reprodução
Culto à Maternidade
Séc. XX – Influência da Psicanálise. Mães responsáveis pelos filhos
Resumo:
XVIII, auxiliar dos médicos
XIX, colaboradora dos religiosos e educadores
XX, cuidadora da saúde integral

2. MATER/PATER NIDADE: FASE DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO
Períodos de crise necessário ao desenvolvimento emocional
Ciclos críticos: Nascimento, adolescência, gravidez, climatério
Mudanças metabólicas complexas
Estado temporário de equilíbrio instável devido às a) grandes perspectivas, b) mudanças de papéis, c) adaptações, reajustamentos intrapsíquicos e e) identidade

3. CRISE E TRANSIÇÃO EXISTENCIAL
“Período temporário de desorganização no funcionamento de um sistema, precipitado por circunstâncias que transitoriamente ultrapassam as capacidades de adaptação interna e externa”

“Perturbação temporária do estado de equilíbrio”

Crise refere-se aos períodos de transição inesperado ou inerentes às fases da vida; Crise é encruzilhada na saúde mental.
Resolução: Normal ou doentia, melhora ou piora. Perigo e oportunidade

O estado temporário de equilíbrio instável torna o indivíduo aberto – vulnerável –acessível. O contrário...

Ajuda eficiente: Consiste em encorajar e não suprimir a livre expressão dos sentimentos, a fim de serem elaborados de verdade
Perturbação: Luta interna por reajustamento
Toda a crise é transição, nem toda a... Muitas transições associadas, tornam-se crises

4. GRAVIDEZ COMO CRISE OU TRANSIÇÃO
Ser mãe de 1 filho é diferente de ser mãe de 2...
Mulher atuando... Filha do marido ou... Mãe do marido
Mulher e Homem: Melhores que os pais
Bebê: Irmão mais novo

Sociedade Industrial: Profissional com privações afetivas e econômicas... = frustração, raiva, ressentimento...

Novos níveis de maturidade ou... Relação patológica na relação com bebê?

A)  Relação: Saudável: Satisfação do bebê x Doentia: Preencher necessidades neuróticas da mãe
Solidão – ter afeto – ciúmes

B) Casamento: Mais integração ou... Abalar estrutura frágil

Marido: sentir-se excluído x Mulher: dependência infantil
Experiência regressiva e ansiógena
Hipersonia, voracidade, dependência = identificação c feto
Parto é revivência
Progredir – regredir / organizar – desorganizar
Crise (abrangência): Parto > Puerpério. Sistema familiar e subsistemas

5. CARACTERIZAÇÃO DOS 3 TRIMESTRES DA GRAVIDEZ
3 trimestres??? Aspectos vivenciados por todos???
Mudanças: Conflitos normalmente presentes
Hormônios (progesterona, estrogênio) afetam emoções
Oscilações do id e ego
Psicossomática

Considerações – Ciclo Grávido/ Puerperal: Histórico pessoal; Passado – psicosexual – ginecológico/obstetrício – mãe e irmãs e do Contexto Social: dentro ou fora do vínculo? Adolescência ou maturidade? Pós-aborto? Sob risco? Com assistência?

6. 1º TRIMESTRE
Captar inconsciente através de sonhos ou “intuições” ou... “Descobrir” no 5º mês:  Pouca sintonia com o corpo? Amenorréia prolongada? Sangramentos eventuais?
Transformações bioquímicas e corporais
Percepção inicia a intercomunicação materno-filial
Característica principal: Ambivalência afetiva
Querer – não querer / Desejar – não desejar = 100%  aceita e rejeitada
Fenômeno natural: Sentimentos opostos jamais ausentes
Lógica racional x Lógica afetiva: Opostos coexistem
Comunicação: repercussão variada:
Se mais um, além da conta – pouco festejado; Se fora do vínculo – censurado; Se precedido de aborto
Alterações corporais discretas: Estou - não estou? O feto não é concretamente sentido

1. Fantasias de aborto

2. Exercícios / Cuidados em excesso

3. Reativação de teorias infantis

4. Atitude inicial de rejeição/ Predominância de aceitação e inverso

5. Hipersonia (> dormir) = preparação para tensões / identificação com feto (psicanálise)

6. Náuseas e vômitos: Fatores endócrinos e tóxicos ? Fatores psicogenéticos: rejeição da gravidez? Reações alérgicas ao ovo? Relacionado ao grau de tensão emocional? Ambivalência: adaptação corpo x “corpo estranho”

7.  Desejos e Aversões: Folclore; “Física”: A pica compensaria substâncias deficientes; Psicológica: Insegurança, sugestão, atenção, regressão; Embotamento do paladar e olfato: sabor e cheiro + ativo

8. > Apetite, Voracidade, > Peso: Crescimento fetal; “Parasita” suga reservas e mãe compensa; Necessidade de autogratificação x privações; Pode indicar hostilidade ao feto; Temor universal: medo do filho deformado; Suma: medo que as próprias hostilidade destruam o feto

9. Oscilações de Humor = Oscilações do metabolismo.  Estados depressivos / eufóricos. Esforço de adaptação. Vulnerável

10. > Sensibilidade
Associado às oscilações de humor > Olfato, paladar e audição      /      > Irritabilidade; chora – ri

7. 2º TRIMESTRE
Mais estável; Percepção dos primeiros movimentos fetais
“Ser separado e dependente”
Bonnald e Revault (1963):  Favorece à aceitação – 85%; Ambivalência – 10%;  Rejeição intensa – 5%

Personificação do Feto: Suave: carinhoso, delicado < > Agressivo: brusco, inquieto

Interpretações: “Patadas” = agressão à mãe / Ritmadas = sensação de prisão / Lento = “preguiçoso”

Não sentir = “um caroço”, “uma massa” (distanciamento)

Ambivalência dos Movimentos: Alívio (“Está vivo”)  x  Ansiedade  (“Algo não vai bem”)

Etapa importante na comunicação materno-filial

Relação: Fantasias da mãe e relações futuras (1º ano)

Movimentos Fetais no Homem: Inveja; Triâgulo? Mulher-bebe de um lado, homem/só do outro! 2 X 1; Revivência de rivalidades fraternas; Medo de exclusão – intruso; Alteração do desejo e desempenho sexual *
(* ) Elas: voracidade sexual; + maduras, + femininas / Eles: grávida é pura e assexuada; “amassar”  ou “empurrar” o feto)

Relações sexuais afetadas por depressão materna

Alterações no Esquema Corporal: Sensação de ser fecunda – corpo grávido; Oposto: feia, “monstro”, restrita. Suspeita de infidelidade
Medo de Irreversibilidade: Expansão voltará?
Identidade: Ser outra?
Introversão e Passivilidade x Produtividade

Considerações:
Necessidade de afeto, cuidado e proteção
Homem/Pai deposita; mulher/mãe empresta depois
Disponibilidade emocional do marido: Afetam para melhor/pior a relação mãe-filho
Impacto na conjugalidade: ele, excessivamente solicitado e exigido... privado de atenção,...                     ...medo de ser sempre explorado.

Qualidade e grau de ajuda que a mãe recebe também incidirá sobre a... Lactação!
Divisão de tarefas domésticas
Segurança para a mãe para atender ao bebê

8. 3º TRIMESTRE
Nível de ansiedade tende a elevar-se (parto/pós-parto). Ansiedade na data. E se passar???
Revivência de antigas memórias e conflitos infantís
Contraditórios: Ter filho / Prolongar gestação

Temores comuns
Morrer no parto, vagina alargada, órgãos dilacerados, leite insuficiente-fraco, sonhos e fantasias
Temor do filho malformado
Imagens mentais no parto: gratificação ou punição?
Filho sadio = prêmio; malformado = castigo
Barriga crescendo? Feto não se mexeu?
Intensificado por histórico (aborto, doenças)
Temores – repressão sexual
1ª. Fala dele: “Doutor, é normal?” Dela: “Doutora, foi tudo bem?”

9. HOMEM GRÁVIDO
Repercussões no marido diferentes                                                           
Síndrome de Couvade – reação somática
Náuseas/vômitos, > apetite, dor de dente, azia, dores abdominais, > peso
Participação na gravidez: Identificação ou rivalidade?
Sonhos ambivalentes: catástrofes, insetos etc. =  preparam para tensões e adaptações (imunização). Descrevem o impacto da gravidez (infortúnio, ansiedade).
Ciúmes antigos: perder posição?
Condutas de fuga: + trabalho, interesses novos...

REFERÊNCIAS
Roteiro e síntese da obra MALDONADO, M. T. Psicologia da Gravidez – 2002
CAPLAN, L. The State of Crises – 1963
CAPLAN, L. Some Theretical Considerations – 1965
MENTE & CÉREBRO – A Mente do Bebê – 2007
WINNICOT, D. W. Primary Maternal Preoccupation – 1975
BOLBY, Jonh. Apego e Perda. 3 volumes.
Ver +: Melane Klein – bebês / Winnicott – crianças / Bolby – relações

By Geraldinho Farias – Síntese de Conferência

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