A PRIMEIRA TENTAÇÃO DE CRISTO

Toda e qualquer grande história da História é passível de versões, interpretações, crítica e... Humor. Jesus Cristo não passa incólume na literatura, teatro ou cinema. Foi assim com “A Vida de Brian” (Terry Jones, 1979) – sátira genial para alguns, blasfemo para outros. Com “Jesus Cristo Superstar” (Norman Jewison, 1973), a ópera rock sobre o conflito entre Jesus e Judas – mescla música, história e política. E “A Última Tentação de Cristo” (Martin Scorsese, 1988) - um Cristo envolto à conflitos – medo, dúvida, depressão, tentação sexual...

Qualquer obra que saia da caricatura consagrada, da narrativa sacra, do enredo ocidental ao longo dos últimos 20 séculos será alvo de mais ou menos controvérsia.

É o caso de “A Primeira Tentação de Cristo” (Rodrigo Van Der Put, 2019) com o elenco Porta dos Fundos - catálogo Netflix. A discutir liberdade de expressão verso respeito a personagens, símbolos e conceitos cristãos. Quais os limites? Quando se trata de arte quando personagens, símbolos e conceitos são agredidos???

A Netflix paga (recebe?) pra ver. A trupe Porta dos Fundos abre-se às extremadas reações porque vivemos tempos sombrios quando uma opinião dada a contradizer o outro é gatilho pra guerrilha civil-virtual.

Aos cristãos mais sensíveis: O touch é poder! Quem é obrigado a assistir??? Para uma sociedade pós-cristã, produtos pós-cristãos. Desigrejagados, místicos, céticos, e a falência das instituições são sintomas do nosso tempo.

Corporações religiosas supõem|arrogam o monopólio da Narrativa Cristã. A Internet desfez a última fronteira de controle. Porque não é o primeiro (nem será o último) streaming contra o Cristo: "Eles são do mundo. Por isso falam do mundo, e o mundo os ouve." - I Jo 4:5

A mais eficiente forma de promover uma obra que você rechaça é... Protestar contra ela! By Geraldinho Farias