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O Pensador, de Rodin, 1880, inspirada na Divina Comédia, de D. Alighiere Escultura retrata um homem reflexivo... |
Introdução - Há uma relação direta entre memória e fidelidade. Recordar o passado resultará em servir a Deus mais e melhor e que, o contrário também é verdade. Diz o adágio: “O povo tem memória curta”. Aqueles e aquelas que não se recordam das intervenções, cuidados e bênçãos de Deus vivem sob o risco de se tornarem infiéis. Portanto, compartilhemos alguns exemplos de como a memória alimenta a fidelidade ou, de como a infidelidade é resultado da falta de memória:
1) O Memorial da Páscoa - No Antigo Testamento YahVeH
instituiu a Páscoa para que ao realizá-la solenemente, os hebreus não esquecessem
da forma maravilhosa como foram libertos do cativeiro egípcio: “E este dia vos
será por memória” (Ex.12.14).
As expressões a seguir são repetidas à exaustão no Antigo Testamento:
“Eu sou o Senhor teu Deus, que tirei da terra do Egito...” “Eu sou o Deus
de Abraão, Isaque e Jacó...”. Por que a insistência de YaHVeH em recordar Sua
paternidade e prodígios?
O Memorial é uma re-elaboração dos fatos. É como o ritual nos alertasse: “Não nos esqueçamos disso!”
2) O Memorial da Ceia do Senhor - No Novo Testamento Jesus Cristo
estabelece a Ceia do Senhor quando na semana que inaugura a Sua paixão, a
dramática entrega às autoridades em Jerusalém. Ladeado por seus discípulos,
determina: “Façam isto em memória de mim” (Lc 22.19ss).
E assim, reproduzimos o ritual – partindo o pão e o vinho, dissecando o simbolismo, numa encenação que estimula revisitar o passado e ecoar as palavras do Mestre... O Apóstolo ensina aos Coríntios: O memorial deve ser vivido tal e qual o recebemos: “Entreguei o que também recebí” (I Co 11).
3) Sem Memória, Sem Fidelidade – Compartilho alguns exemplos de
como o esquecimento dos atos e personalidade do Senhor conspiram contra um
relacionamento fiel:
a) Os hebreus no pé do Sinai (Ex 32): A aparente demora de Moisés resultou na impaciência e rebeldia. Sob a orientação de Arão produziram um Metal e renderam-lhe adoração. E estamos citando um desvio ainda naquela geração à caminho da Terra Prometida. Um caso flagrante de memória curta! Em I Co 10 diz que os hebreus estavam “juntosemisturados” (“todos” por 5 vezes), mas Deus não se agradou da maior parte deles: Murmuração após o maná, a provisão, as manifestações visíveis....
b) Samuel fez um memorial: “Colocou Samuel uma pedra entre Mizpa e Sem e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor”. Porque sem memória não há fidelidade!
c) Pedro, após a mais marcante convivência de 3 anos com o Mestre – andando junto, experimentando junto, e provando com Tiago e João de Sua intimidade, nega-o de forma reiterada e convicta: O canto do galo foi o gatilho em sua memória!
d) Tomé incrédulo, havia esquecido aqueles 36 meses em que o Mestre alertou que iria à Jerusalém, se entregaria, seria morto mas... Depois ressuscitaria: Mais um caso de esquecimento e incredulidade.
d) Paulo aconselhou o jovem Timóteo a lembrar da fé, legada por seus antepassados (II Tm 1.5,6). Porque a memória alimenta a fidelidade!
Conclusão: A recordação alimenta a fidelidade. O Salmista diz
“Bendize ó minhalma ao Senhor e não te e não te esqueças de todos os
teus benefícios”, e na sequência do Sl 103, descreve seus motivos.
Por 26 vezes o Salmista reafirma: “Porque a sua benignidade é para
sempre...” (Sl 136)
Jeremias queria trazer à memória o que lhe poderia trazer esperança (Jr 3.21)
Deus conhece o nosso coração. Aos hebreus, a Páscoa; à Igreja, a Ceia.
Um povo esquecido da Fidelidade de Deus desviar-se-á, esquecerá de uma relação
iniciada e mantida por amor de um Deus Santo por Seu povo. Sem memória não há
relação, não há fidelidade. Com relação à relação de Deus atentemos para nossos
lapsos ou amnésia. Quem não se lembra, não tributa. By Geraldinho Farias
Excelente , povo sem memoria é povo sem rumo ovelhas sem pastor .
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