sexta-feira, 13 de novembro de 2015

MEMÓRIA E FIDELIDADE - UM SERMÃO

 O Pensador, de Rodin, 1880, inspirada
na Divina Comédia, de D. Alighiere
Escultura retrata um homem reflexivo...

Introdução - Há uma relação direta entre memória e fidelidade. Recordar o passado resultará em servir a Deus mais e melhor e que, o contrário também é verdade. Diz o adágio: “O povo tem memória curta”. Aqueles e aquelas que não se recordam das intervenções, cuidados e bênçãos de Deus vivem sob o risco de se tornarem infiéis. Portanto, compartilhemos alguns exemplos de como a memória alimenta a fidelidade ou, de como a infidelidade é resultado da falta de memória:

1) O Memorial da Páscoa -  No Antigo Testamento YahVeH instituiu a Páscoa para que ao realizá-la solenemente, os hebreus não esquecessem da forma maravilhosa como foram libertos do cativeiro egípcio: “E este dia vos será por memória” (Ex.12.14).

As expressões a seguir são repetidas à exaustão no Antigo Testamento: “Eu sou o Senhor teu Deus, que tirei da terra do Egito...” “Eu sou o Deus de Abraão, Isaque e Jacó...”. Por que a insistência de YaHVeH em recordar Sua paternidade e prodígios?

O Memorial é uma re-elaboração dos fatos. É como o ritual nos alertasse: “Não nos esqueçamos disso!”

2) O Memorial da Ceia do Senhor - No Novo Testamento Jesus Cristo estabelece a Ceia do Senhor quando na semana que inaugura a Sua paixão, a dramática entrega às autoridades em Jerusalém. Ladeado por seus discípulos, determina: “Façam isto em memória de mim” (Lc 22.19ss).

E assim, reproduzimos o ritual – partindo o pão e o vinho, dissecando o simbolismo, numa encenação que estimula revisitar o passado e ecoar as palavras do Mestre... O Apóstolo ensina aos Coríntios: O memorial deve ser vivido tal e qual o recebemos: “Entreguei o que também recebí” (I Co 11).

3) Sem Memória, Sem Fidelidade – Compartilho alguns exemplos de como o esquecimento dos atos e personalidade do Senhor conspiram contra um relacionamento fiel:

a) Os hebreus no pé do Sinai (Ex 32): A aparente demora de Moisés resultou na impaciência e rebeldia. Sob a orientação de Arão produziram um Metal e renderam-lhe adoração.  E estamos citando um desvio ainda naquela geração à caminho da Terra Prometida. Um caso flagrante de memória curta! Em I Co 10 diz que os hebreus estavam “juntosemisturados” (“todos” por 5 vezes), mas Deus não se agradou da maior parte deles: Murmuração após o maná, a provisão, as manifestações visíveis....

b) Samuel fez um memorial: “Colocou Samuel uma pedra entre Mizpa e Sem e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor”. Porque sem memória não há fidelidade!

c) Pedro, após a mais marcante convivência de 3 anos com o Mestre – andando junto, experimentando junto, e provando com Tiago e João de Sua intimidade, nega-o de forma reiterada e convicta: O canto do galo foi o gatilho em sua memória!

d) Tomé incrédulo, havia esquecido aqueles 36 meses em que o Mestre alertou que iria à Jerusalém, se entregaria, seria morto mas... Depois ressuscitaria: Mais um caso de esquecimento e incredulidade.

d) Paulo aconselhou o jovem Timóteo a lembrar da fé, legada por seus antepassados (II Tm 1.5,6). Porque a memória alimenta a fidelidade!

Conclusão: A recordação alimenta a fidelidade. O Salmista diz “Bendize ó minhalma ao Senhor e não te e não te esqueças de todos os teus benefícios”, e na sequência do Sl 103, descreve seus motivos.

Por 26 vezes o Salmista reafirma: “Porque a sua benignidade é para sempre...” (Sl 136)

Jeremias queria trazer à memória o que lhe poderia trazer esperança (Jr 3.21)

Deus conhece o nosso coração. Aos hebreus, a Páscoa; à Igreja, a Ceia. Um povo esquecido da Fidelidade de Deus desviar-se-á, esquecerá de uma relação iniciada e mantida por amor de um Deus Santo por Seu povo. Sem memória não há relação, não há fidelidade. Com relação à relação de Deus atentemos para nossos lapsos ou amnésia. Quem não se lembra, não tributa. By Geraldinho Farias

Um comentário:

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