sexta-feira, 14 de agosto de 2015

RE-FAZER: ANTES DO DIVÓRCIO

O divórcio nunca deve ser a primeira opção de um casal em crise. Nem ser cogitado, mencionado. Por sua popularização e banalização, lamentamos que muitos casais não possuam às vezes o desejo (=decisão) de retomar ou não busquem as condições mínimas de diálogo ou até mesmo mediadores capazes de negociar e atravessar um conflito.

Conquanto seja um caminho difícil e tão desacreditado, de implicações e variáveis demoradas, os processos “re” são possibilidades:

Re-paração, re-conciliação, re-habilitação e re-construção.

O processo “re” deve ser encarado sem simplismos, ilusões ou imediatismos. Refazer uma relação custa muito - mas custa menos que um processo de divórcio; exige muito - mas o divórcio exige mais. Dói muito - mas menos que as demandas do divórcio.

Nenhum divórcio vem como um “pacote de bondades”. Os divorciados vivem um oceano de desafios:

Receios e medos do recomeço.

O preconceito ainda muito presente.

A dupla ou até mesmo tripla jornada.

As expectativas em todas as frentes.

Ser "pãe" - pai e mãe ao mesmo tempo...

Administrar o lar ou, a adaptação de um inesperado retorno ao lar original.

E ante a sobrevivência, normalmente há um filho – explicações, justificativas etc.

Dependendo do desfecho: Elaborar, ruminar, digerir demandas.

A saúde sob risco. Manejo afetivo: Depressão, culpa, decepção, desamparo, luto.

O divórcio como saída ainda é encarado como um pic-nic num vulcão. Antes de se precipitar em acabar com o casamento, pense bem: Você pode demolir ou re-formar sua casa. O divórcio nem sempre acaba com os problemas, quase sempre troca-os por outros:

“Casais que estão se separando idealizam o divórcio perfeito — o conflito tempestuoso e sombrio sendo substituído repentina e permanentemente pela brisa refrescante e consoladora da serenidade e da cordialidade. Mas uma condição assim é tão ilusória quanto a ideia de um casamento perfeito.” Então, é importante estar bem informado e encarar o divórcio de forma realística. (Brad Sachs in The Good Enough Teen).

Acolhimento, amizade e terapia são úteis aos sobreviventes de uma relação conjugal fracassada. E para os filhos. Juntar os cacos e recomeçar é possível.

Mas o processo “re” é uma possiblidade. Após uma década militando na clínica assistimos aos mais surpreendentes desfechos. Apesar da banalização do divórcio, há sim, casais que viraram o jogo e hoje possuem relação melhor que a anterior à crise. É possível re-fazer. By Geraldinho Farias

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