quarta-feira, 20 de maio de 2015

SOGRA "VAMP": INVASORA DE ESPAÇO

Muitos casais são vítimas do comportamento invasivo de mães ou pais que não permitiram a autonomia de seus filhos. E tudo começa lá atrás...

A saudável autonomia dos filhos é conquistada passo a passo. São nas transições do desenvolvimento que a maturidade psico-afetiva é esculpida. Passamos de bebês a infantes, daí a pré ou quase adolescentes, jovenzinhos e, finalmente, à vida adulta. Cada uma das transições resultam da cadeia geracional:

Os pais são atores importantes no estímulo do processo. Desde cedo crianças vão se ocupando de pequenas tarefas que, somadas na adolescência, progridem para atribuições e responsabilidades no fazimento dos papéis sociais que desempenhamos quando adultos.

Mas o processo é desacelerado, quando não cerceado ou impedido quando os pais – aqui, focalizaremos especialmente a mãe – atuam na contramão.

Desde cedo as “sogras-vamps” atuam pela manutenção da dependência de seus filhos. Parece (inconscientemente) recusar-se ao crescimento natural.

Fazem-por ao invés de fazerem-com, atividades simples e comuns, alimentando a dependência. Muitas delas desestimulam o primeiro namoro – “é cedo”, advogam, demarcando o território filial, quando não depreciam toda e qualquer tentativa dos filhos ou filhas em namorar.

É salutar que jovens considerem a opinião dos pais na hora de tomarem certas decisões. As “vamps” acham pouco apenas a consulta. É preciso que os filhos decidam por aquilo que elas querem ou autorizam num jogo de pressão, chantagens e manipulações. Algumas poderão até responsabilizar diretamente seus filhos adultos por seu estado de saúde ou felicidade.

A escolha do namorado que tornar-se-à noivo e, além, marido, passa necessariamente por sua regulação. A "Vamp" sonha com a filha ou o filho casado morando bem próximo, quando não no terreno de sua própria casa, nos fundos, ao lado ou em cima, mantendo sua área de atuação, intromissão e domínio.

A relação do casal está sob risco quando o filhinho ou filhinha da mamãe correspondem ou temem se libertar: Fazem eco às imposições, concordam sumariamente sem críticas, compartilham tudo da intimidade – inclusive segredos, permitindo ou até mesmo convidando à uma relação-à-três (!). Há até filhos(as) que advogam (assumam, defendam) a ascensão da sogra sobre os mesmos... 

O maridão - filhinho da mamãe que mesmo casado não sai da casa original, e em tom de comparação deprecia a comida preparada por sua mulher... Ou a esposa - filhinha anexa à mamãe, que não sai de sua casa – para ajudar diuturnamente nas tarefas domésticas; para ajudar permanentemente nos cuidados com o bebê; ou até mesmo na educação dos filhos (terceirização).

Ao lado do filhinho ou a filhinha da “Sogra-Vamp”, está a outra parte, o(a) cônjuge em segundo plano; menos ouvido; menos considerado; sufocado, amordaçado, tolhido e incomodado com o espaço invadido; com as opiniões e posições impostas pela “outro” em sua própria casa e vida.

É esse papel de terceira pessoa – “eminência parda”,  executado pelo pai em menor escala, mas frequentemente exercido pela sogra muitas vezes envernizado de boas intenções, de forma assumida ou camuflada, mas sempre exagerada, motivo de crise em muitos lares.

A parte sob apoio e proteção deve ponderar no sentido de proteger a aliança conjugal. A nova família não é extensão da original: É nova e outra! A autonomia é boa. Até mesmo pra gente errar. Casais erram, se precipitam. Mas é nisso que há crescimento e maturidade.

Parentes - quaisquer que sejam - não devem confundir: Presença com inconveniência; participação com intromissão; compartilhamento (de alerta, conselho ou toque) com imposição. A parte que não consegue frear os excessos, torna a relação pesada pro outro carregar.

A conjugalidade é sagrada: Nada deve se interpor a ela – hobby, trabalho, internet etc. Nem ninguém – filhos, menos ainda um(a) entremeio. Por trás da sogra suposta "segunda mãe", poderá surgir ou esconder uma "vampira"... A falta de bom senso deve ser alvo de reflexão por parte do casal, principalmente do(a) filha(a), alvo do controle. Tais inconveniências legaram à sogra o lugar de Medusa no folclore . Fonte de piadas das mais criativas e, por causa deste comportamento controlador, justificadas. Mas não precisa ser assim.

A conjugalidade implica fronteiras e limites. Na clínica pré-nupcial os nubentes devem acordar (=fazer acordo) isso sobre mamãe ou o papai que não soltam - invasores de espaços físico, afetivo e relacional; já no casamento a gestão da “chupa-sangue” envolve confronto, questionamento de papéis, ponderação e franqueza. Por uma relação saudável e estabilidade desejável o caminho sempre é o diálogo. By Geraldinho Farias 

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