quinta-feira, 19 de setembro de 2013

DEPENDÊNCIA QUÍMICA: ALGO MAIS

"Cracolândia", S. Paulo/SP
Muito se discute a prevenção, enfrentamento e tratamento no universo da Dependência Química (DQ). Considero a proliferação das drogas, sobretudo a cocaína/crack nos grandes centros urbanos, o que chamo de “III Guerra Mundial”. O grito de socorro de famílias inteiras denuncia o quanto a sociedade está perplexa ante a demanda de viciados em crescente escala.

Já compartilhei alguns aspectos desta complexa cadeia de problemas
no artigo “Drogas: A III Guerra Mundial” neste endereço, onde aponto a necessidade de força-tarefa que envolva os mais variados profissionais no trato desta problemática e denuncio ambientes amadores formado por (verdadeiros heróis) voluntários despreparados.

Qualquer que seja a metodologia adotada por necessários religiosos nas chamadas clínicas de recuperação ou “clínicas”, a adoção do processo de desintoxicação é imprescindível. Isto envolve a participação profissional. Aquí, algumas reflexões:

Nenhum tratamento de DQ é absoluto, isto é, não há uma metodologia que resulte em 100% de sucesso ou, não conte com reincidências. Não há uma fórmula que comporte prazos – 6 meses, 1 ano... Conjunto de “iniciativas sagradas” que resulte em “a” metodologia, “a” fórmula. Mas, dada a complexidade, a interdisciplinaridade no investimento é vital.

O uso de aconselhamento, orações, diálogos de apoio – também com familiares, são úteis e reconhecemos o bem que promove. Mas não substituem a interdisciplinaridade. O papel do psicólogo e do psiquiatra.

O psicólogo possui formação para a elaboração mental. A escuta técnica, os manejos psíquicos e demandas internas exigem tal orientação.

O tratamento com o psiquiatra deve ser disponibilizado por período razoável. A desintoxicação através de medicação é parte importante no tratamento que, associada à rede de apoio – aconselhamento, oração, grupos de juda – integram estratégia lúcida, proativa e necessária.
Testes/exames de saúde devem ser realizados. Estamos diante de uma problemática que demanda um processo longo e envolve recaídas.

A supervisão médica é essencial -  síndrome de abstinência tratada à medida que forem surgindo; náuseas com antieméticos; insônia com sedativos leves; dores, com analgésicos. Por isso, a decisiva supervisão deste profissional.

Não há remédios comprovadamente específicos para a DQ. Todavia, algumas drogas são usadas para aprimorar o funcionamento cognitivo e emocional e evitar recaídas, como por exemplo os anticonvulsivantes; o topiramato (bloqueia as enzimas da degradação da cocaína e crack, através de um mecanismo de aversão à droga); antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos.

Relatos sobre convertidos à religião e libertários do drama fazem parte do cenário. Mas o aparente sucesso de iniciativas interessantes no seio da sociedade e que envolvam comunidades terapêuticas formadas por ativistas do bem são admiráveis. Mas, insuficientes por não considerarmos a integração de forças.

Estamos diante de uma onça gigante e não de uma gatinha. A devastação promovida pelas drogas exige elaboração de forças conjuntas. Essa é uma verdade que liberta. By Geraldinho Farias

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